Trajetória do emprego formal no estado do Rio de Janeiro em 2022
A trajetória do emprego formal no estado do Rio de Janeiro apresenta um quadro de instabilidade, combinando momentos de aceleração e desaceleração do saldo gerado, na comparação entre o mês referência e o mês imediatamente anterior. Depois do saldo ter avançado 13,33% em junho, com relação a maio, retraiu 41,39% em julho, comparativamente a junho do mesmo ano. A figura 1, a seguir, apresenta a evolução do saldo de emprego formal gerado nos meses de janeiro a julho de 2022.
Fonte: Elaboração própria, com base no CEGED
Em julho foram gerados 13.434 novas vagas de emprego no estado, com forte concentração na região metropolitana, responsável pela geração de 10.062 novas vagas, ou 74,90% do total. A capital foi responsável pela geração de 9.424 vagas de emprego no mês. Complementarmente, a região Norte Fluminense gerou 1.282 vagas; a região Noroeste gerou 228 vagas; a Centro Fluminense gerou 189 vagas; a região Sul Fluminense gerou 1.042 vagas e a região Baixadas Litorânea gerou 631 vagas no mês.
No acumulado de janeiro a julho o estado gerou 118.394 vagas de emprego, correspondentes a 7,58% do total gerado no país. A distribuição regional destas vagas concentrou 72,6% na região metropolitana. A região Norte Fluminense participou com 10,1% do total, seguida pela região Baixadas Litorânea com participação de 6,5%; região Sul Fluminense com participação de 4,8%; região Centro Fluminense com participação de 2,9% e, por último, a região Noroeste Fluminense com participação de 2,9% do total geral do estado, conforme figura a seguir 2, a seguir.
Fonte: Elaboração própria com base no CAGED.
Na avaliação setorial, o destaque ficou por conta das atividades de serviços que geraram 84.102 vagas ou 71,0% do total de vagas geradas no período. Sub setores como administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, foram responsáveis pela geração de 30.966 vagas; seguidos pelos subsetores de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com a geração de 25.113 vagas; serviços de alojamento e alimentação com 13.202 vagas e outros serviços com a geração de 11.715 vagas no período.
Outros setores como construção civil gerou 22.659 vagas; a indústria gerou 16.761 vagas e a agropecuária gerou 2.485 vagas. O setor de comércio seguiu na contra mão e eliminou 7.613 vagas no período.
Conclusivamente, pode-se afirmar que elementos fundamentais da análise estão acentuados na evolução instável da geração de emprego formal no estado, especialmente no momento em que a pandemia perdeu força, em função do exitoso processo vacinal. O setor de serviços, que foi o mais afetado durante a fase drástica da pandemia, dá sinais de recuperação concentrando 71,0% do total de vagas geradas no acumulado do ano. Entretanto, é preciso considerar que tradicionalmente muitas ocupações relacionadas a este setor apresentam um padrão de baixa remuneração. Segundo dados da Rais, em dezembro de 2020, a remuneração média do setor foi equivalente a R$3.469,26 enquanto a indústria de transformação registrou R$4.180,70 e a indústria extrativa registrou R$14.917,98 de remuneração média no mês.
Outra questão não menos importante foi o registro da forte retração do comércio que eliminou 7.613 vagas no período de janeiro a julho deste ano. Assim, a fragilidade econômica do estado pode ser identificada através deste quadro de destruição de emprego no comércio. Contrariamente, o país gerou um saldo positivo de 101.228 vagas de emprego formal no comércio, equivalentes a 6,5% do total de vagas no acumulado de janeiro a julho.
Professor Alcimar das Chagas Ribeiro, Diretor do NUPERJ