sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Desemprego aumenta em Campos, enquanto Brasil registra menor taxa da história

 

Enquanto a taxa média de desemprego no Brasil cai para 6,6% em 2024, o menor patamar da história, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE,  a economia de Campos dos Goytacazes (RJ) apresentou números negativos na empregabilidade em dezembro de 2024, assim como em dezembro de 2023, conforme dados do CAGED publicados ontem.

O cenário das contratações piorou em dezembro de 2024, como mostra o gráfico acima, com todos os segmentos econômicos registrando perdas de postos de trabalho. Isso contrasta com dezembro de 2023, quando apenas o comércio gerou 211 empregos formais.

Dessa forma, a economia campista parece estar em um processo de desaceleração, o que já era previsto por nós. Enquanto isso, a economia brasileira, em contraste com a de Campos, segue bastante aquecida, evidenciado pela elevação da taxa Selic pelo BACEN, em uma tentativa de conter a atividade econômica.

 


quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Aumento da Selic e o arrocho monetário: os impactos preocupantes na economia

 

O Banco Central do Brasil (BACEN) elevou ontem a taxa Selic para 13,25%. Anteriormente, ela estava em 12,25%, representando um aumento de um ponto percentual. O "remédio amargo" da austeridade monetária está de volta, preparem-se, povo brasileiro.

Esse cenário de elevação dos juros tem como objetivo conter a espiral inflacionária. Com o aquecimento da economia nacional, a inflação ultrapassou a meta pré-fixada pelo BACEN, gerando preocupações entre as autoridades monetárias.

A inflação é um fenômeno monetário extremamente prejudicial, que pode ser metaforicamente comparado a um imposto sobre a renda, afetando principalmente os trabalhadores assalariados. Esses, por sua vez, assistem de forma impotente à perda de seu poder aquisitivo, à medida que os preços dos bens e serviços sobem.

Não podemos, de forma alguma, aceitar o retorno da inflação, especialmente em um país como o Brasil, que já viveu momentos críticos devido à hiperinflação do passado. Nesse contexto, os mais prejudicados são sempre os trabalhadores, que não possuem mecanismos para se proteger da desvalorização da moeda. Já as classes mais abastadas recorrem às aplicações financeiras oferecidas pelo sistema bancário para preservar seus ativos.

Neste início de 2025, o cenário econômico não é animador. A Selic elevada encarece o crédito, reduzindo o consumo e os investimentos. Esse quadro pode resultar em majoração do desemprego — um problema social sério, embora a taxa atual esteja em 6% ao ano, bem abaixo dos 14% registrados no governo Bolsonaro.

Além disso, outro fator que pressiona a inflação é a alta do preço dos combustíveis, previsto para 1º de fevereiro de 2025. Esse reajuste impacta diretamente os preços relativos da economia, agravando ainda mais o crescimento inflacionário, uma situação delicada, para não dizer grave.

Portanto, é fundamental lembrar que ninguém deseja a volta da inflação, pois todos perdem com ela. No entanto, fazer ajuste fiscal apenas por meio do controle das despesas públicas, sem atacar privilégios, é inaceitável. Em dezembro de 2024, vimos exatamente isso acontecer, quando a política de ajuste afetou somente a regra de atualização do salário mínimo, penalizando ainda mais a população mais pobre.

O peso do arrocho monetário recai sempre sobre os mais vulneráveis. É necessário combater os supersalários da administração pública e os generosos subsídios concedidos a determinados setores econômicos. Muitos defendem o liberalismo apenas quando seus próprios interesses não são afetados, mantendo-se, assim, dependentes dos recursos públicos.

Agora tudo faz sentido!

Por fim, o gráfico acima ilustra a evolução da inflação e da taxa Selic de janeiro de 2023 a janeiro de 2025.

 


quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Construção civil desacelera contratações na região Norte Fluminense em novembro de 2024

 

Segundo os dados do último CAGED, a empregabilidade na construção civil na região Norte Fluminense exibiu uma significativa redução em novembro de 2024 em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, a economia de Campos registrou uma perda menor de postos de trabalho em comparação com os demais municípios, conforme indicado pelo saldo líquido no gráfico acima.

Em novembro de 2023, os melhores desempenhos em contratações foram observados em São João da Barra e Campos, enquanto Macaé e Rio das Ostras apresentaram um saldo negativo, com a destruição de empregos no período analisado.

Portanto,  os dados evidenciam um quadro crítico para a construção civil em novembro de 2024. Esse cenário é especialmente preocupante, considerando que o setor desempenha um papel fundamental na inclusão social, absorvendo majoritariamente trabalhadores com baixa qualificação.


terça-feira, 28 de janeiro de 2025

São João da Barra e Saquarema: bilhões no orçamento, pobreza na realidade

 

De acordo com os dados obtidos do Ministério da Cidadania do Governo Federal sobre o cadastro do CADÚNICO e os números da população de 2022, fornecidos pelo IBGE, foi possível calcular o percentual de cadastrados no CADÚNICO ou de pessoas em situação de vulnerabilidade social em relação à população de cada município das Bacias Petrolíferas de Campos e Santos.

Na Bacia de Campos, que inclui municípios como Campos dos Goytacazes, Macaé, Rio das Ostras e São João da Barra, destaca-se o município de São João da Barra com a maior porcentagem de pessoas em situação de pobreza. A despeito do orçamento projetado para 2025 de quase um bilhão de reais e a presença do Porto do Açu em seu território, 70,93% dos habitantes estão cadastrados no CADÚNICO. Essa situação sugere que o Porto não tem gerado empregos suficientes para a população local. Tal dado é alarmante e pode indicar um cenário de má gestão ou até mesmo de práticas políticas questionáveis, mantendo um "curral eleitoral" em pleno século XXI.

Já na Bacia de Santos, que abrange os poços do pré-sal, o município de Saquarema lidera o percentual de pobreza, com 70,80% de seus habitantes registrados no CADÚNICO. Apesar disso, a prefeitura conta com um orçamento que pode chegar a R$ 3 bilhões em 2025, o que levanta a questão: como um município com apenas 89.559 habitantes pode apresentar tamanha discrepância entre receita e condições sociais? Esse dado é grave e exige explicações.

Portanto, esses números evidenciam a dura realidade da gestão das rendas do petróleo no estado do Rio de Janeiro. Um cenário lamentável e preocupante.

 


segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Paradoxo da fortuna do petróleo: pobreza cresce em Maricá, Niterói e Saquarema em janeiro de 2025

 

Conforme os dados do número de pessoas cadastradas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal, de janeiro de 2025 em comparação a janeiro de 2024, com base em informações do Ministério da Cidadania, observa-se uma variação positiva e negativa nos municípios produtores de petróleo do estado do Rio de Janeiro, abrangendo tanto a Bacia de Campos quanto a Bacia de Santos.

Na tabela apresentada, nota-se que nos municípios pertencentes à Bacia de Campos, como Campos dos Goytacazes, Macaé, Rio das Ostras e São João da Barra, houve uma leve redução no número de pessoas cadastradas no CadÚnico ou classificadas como pobres. Esse cenário representa uma notícia animadora no início deste ano.

Por outro lado, nos municípios da Bacia de Santos, que atualmente recebem volumosos recursos provenientes da exploração dos poços do pré-sal, a pobreza apresentou aumento. É o caso de Maricá, Niterói e Saquarema. Apesar das maiores receitas disponíveis nos cofres dessas prefeituras, constata-se que, ao invés de serem traduzidas em oportunidades de emprego por meio de investimentos públicos em obras e atividades econômicas capazes de mitigar o sofrimento da população, ocorre o oposto: a miséria e o número de dependentes dos programas sociais cresceram entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025. O que está acontecendo?

Diante dessa situação, cabe uma reflexão: será que a Bacia de Santos repetirá o mesmo ciclo verificado na Bacia de Campos, onde, entre 1999 e 2014, as administrações municipais desperdiçaram as oportunidades oferecidas pelo ciclo do petróleo para transformar a realidade socioeconômica de seus territórios? O futuro dirá. No entanto, há indícios de que a história está se repetindo,  infelizmente.

Por fim, amanhã o blog divulgará os percentuais de pobres em relação ao total de habitantes desses municípios. Os quantitativos são, antecipadamente, vergonhosos e alarmantes.

 


domingo, 26 de janeiro de 2025

Contribuição ao debate na postagem do amigo Luiz Cândido Tinoco em sua página no Facebook: 'Ele ganhou, mas não levou'

 

Bom dia, amigo Luiz Cândido.

Parabéns pela matéria, que resgata um momento histórico da política eleitoral municipal de Campos. No entanto, como neto do saudoso José Alves de Azevedo, gostaria de discordar de um pequeno detalhe quando você menciona que as regras do processo eleitoral da época eram claras. Naquele período, vivíamos sob o regime militar, e na eleição de 1966 ainda não existia a figura da sublegenda. O candidato eleito seria aquele que recebesse o maior número de votos individuais.

Em 1966, o candidato mais votado foi o meu avô, que concorria a prefeito pelo MDB, partido que fazia oposição ao regime militar após a instauração do bipartidarismo pelo golpe de 1964. Os candidatos apoiados pela ARENA, partido dos militares, receberam menos votos. Apesar disso, meu avô, assim como outros candidatos do MDB em várias cidades do Brasil, foi derrotado não nas urnas, mas por uma manobra do regime. Inconformados com o resultado, os militares criaram, uma semana após as eleições, a figura da sublegenda, determinando que a Justiça Eleitoral somasse os votos de todos os candidatos de um mesmo partido. Essa mudança beneficiou a ARENA e resultou na perda do terceiro mandato que o povo de Campos havia conferido ao meu avô.

Lembro, inclusive, de uma história contada por Veloso Leão Higino, presidente da Federação de Estudantes de Campos em 1966. Ele relatou que, após a missa celebrada na Catedral do Santíssimo Salvador em comemoração à vitória de José Alves, alertou meu avô sobre a articulação dos militares para introduzir as sublegendas. Inicialmente, ele não acreditou, mas a confirmação da mudança causou-lhe uma profunda frustração e o afastou da vida pública até 1976, quando decidiu retornar ao MDB.

Nessa ocasião, ele enfrentou novamente uma disputa desigual. Mesmo sendo o mais votado dentro do MDB, enfrentou a poderosa máquina política da prefeitura, liderada por Zezé Barbosa e o Deputado Federal Alair Ferreira com todo seu poder econômico, que apoiavam Raul Linhares e Rockefeller de Lima, candidatos da ARENA. No final, a vitória foi alcançada por Raul Linhares, apoiado por essa estrutura.

Espero ter contribuído para enriquecer a discussão. Caso tenha esquecido algum detalhe, peço desculpas. Desejo-lhe um excelente domingo e mando um abraço para toda a sua família, que é tão querida.

 

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Cenário da empregabilidade na indústria do Norte Fluminense mostra avanços em novembro de 2024

 

De acordo com o último CAGED, o cenário da empregabilidade na indústria da região Norte Fluminense do estado do Rio de Janeiro (RJ) apresentou uma pequena melhora em relação à criação de emprego e renda em novembro de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, conforme ilustrado no gráfico.

A economia de Campos reduziu as perdas de postos de trabalho, enquanto Macaé registrou um aumento significativo nas contratações formais. Rio das Ostras, embora tenha reduzido a geração de empregos, manteve um saldo positivo, o que é o mais relevante. Já São João da Barra encerrou o período com saldo líquido positivo, o que representa uma boa notícia para a região.

Portanto, considerando a conjuntura de novembro de 2024, pode-se afirmar que o resultado apresentado é satisfatório.


segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Royalties turbinam a economia das "cidades do petróleo"

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizará hoje o depósito das parcelas referentes aos royalties de janeiro de 2025 nas contas dos municípios produtores de petróleo no estado do Rio de Janeiro (RJ). Entre os beneficiados estão cidades da Bacia de Campos, como Campos dos Goytacazes, Macaé, Rio das Ostras e São João da Barra, bem como municípios da Bacia de Santos, como Maricá, Niterói e Saquarema, onde são explorados poços de alta produtividade no pré-sal.

Com isso, os recursos financeiros continuam sendo disponibilizados para as chamadas "cidades do petróleo".


sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

São João da Barra: mais trabalhadores formais do que beneficiários do Bolsa Família aptos ao trabalho, diferentemente de Campos

 

Para melhor esclarecimento desta análise, extraímos do site do Ministério da Cidadania e Assistência Social do Governo Federal as informações abaixo:

“No mês de dezembro de 2024, o município de São João da Barra/RJ teve 6.030 famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família, totalizando 15.034 pessoas beneficiadas e um investimento de R$ 3.986.044,00, com um benefício médio de R$ 662,68.”

Todavia, ao comparar o número de pessoas beneficiadas pelo Programa Bolsa Família, que tem grande potencial de distribuição de renda, com os dados sobre a economia formal de São João da Barra, de acordo com os números de novembro de 2024 do CAGED, que o município possui 13.767 trabalhadores com carteira assinada nos segmentos econômicos de serviços, comércio, construção civil, indústria e agropecuária.

Enquanto isso, estão atreladas ao Bolsa Família 9.413 pessoas em idade e condição de trabalhar, segundo a pirâmide etária disponibilizada pelo referido ministério, considerando aquelas entre 16 anos e maiores de 65 anos. Neste estudo, utilizamos como critério a PNAD do IBGE, que considera aptas ao trabalho as pessoas com 14 anos ou mais. Ressaltamos que não contabilizamos a mão de obra informal, que não é pouca no contexto de São João da Barra. Reiteramos que a análise aqui realizada se limita à economia formal, para maior clareza.

Portanto, o cenário da mão de obra formal demonstra que, em São João da Barra, diferentemente da economia de Campos dos Goytacazes, o número de trabalhadores formais supera o de cidadãos beneficiários do Bolsa Família que estão em idade e condição de exercer uma atividade laboral, mas, por falta de oportunidade ou outras razões, encontram-se vinculados ao programa social. Este dado é muito positivo, pois evidencia a importância do investimento do Porto do Açu para o município.

Embora o quantitativo de pessoas no Bolsa Família ainda seja significativo, os dados mostram que o município está avançando no fortalecimento de sua economia formal.

 


quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Trump e sua maior inquietação: a China

 



Donald Trump assumirá o cargo uma semana após a China revelar que fechou 2024 com um superávit comercial de US$ 990 bilhões, um resultado que surpreendeu o mundo. Esse dado foi destacado pelo jornalista Elio Gaspari, em sua coluna publicada hoje no jornal O Globo.

O referido jornalista ironiza aqueles que acreditam nas firulas midiáticas do presidente Trump, chamando-os de "bobões". Entre os exemplos citados, está o anúncio pueril de Trump sobre a suposta intenção de comprar a Groenlândia, anexar o Canadá ou retomar o controle do Canal do Panamá, construído pelos americanos em tempos passados.

Outro ponto preocupante, segundo Gaspari, está relacionado ao que os americanos consideram o novo perfil do empreendedor norte-americano: Elon Musk. Musk, que é dono da Tesla, tem demonstrado preocupação com a ascensão dos carros elétricos e híbridos da BYD, fabricante chinesa que, no último trimestre de 2024, ultrapassou as vendas da Tesla. Essa situação reforça que a principal fonte de inquietação para os americanos é, acima de tudo, a economia. Como dizia o antigo assessor de Bill Clinton: "É a economia, estúpido". Esse parece ser o principal aspecto de atenção na atual conjuntura dos Estados Unidos.

Enquanto isso, Trump, em suas tentativas de agradar sua base de extrema direita e fundamentalistas, continua promovendo ações midiáticas. Por outro lado, a China, silenciosamente, conquista o mundo por meio de sua força econômica, sem recorrer a conflitos armados ou estratégias belicistas tão comuns às autoridades de Washington. Vale lembrar que a base industrial do mundo atualmente está na China, e, inclusive, muitos dos carros da Tesla de Elon Musk são fabricados lá.

Por fim, há rumores de que Trump pode anunciar, já na segunda-feira, dia de sua posse, um pacote de medidas protecionistas, impondo tarifas sobre diversos produtos importados. Será que os carros da Tesla fabricados na China e destinados ao mercado americano estarão entre os itens taxados? Ou isso será mais uma das muitas macaquices midiáticas trumpistas?

 


terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Combustíveis mais caros já em janeiro: impactos no bolso do consumidor

 

A escalada do preço do dólar e a elevação do preço do barril de petróleo no mercado internacional podem levar a Petrobrás a aumentar os preços dos combustíveis já em janeiro de 2025. Contudo, a estatal está resistindo.

Essa resistência ocorre porque os combustíveis foram um dos maiores vilões da inflação em 2024, que fez o IPCA encerrar o ano em 4,83%, rompendo o teto da meta inflacionária pré-estabelecida pelo Banco Central (BACEN).

De qualquer forma, os combustíveis terão majoração em 1º de fevereiro devido à elevação da alíquota do ICMS em todo o território nacional, implementada pelos governadores. Não há como escapar dessa realidade.

Por outro lado, quem está muito satisfeito com o movimento altista do dólar e do barril de petróleo são os prefeitos dos municípios produtores de petróleo. Com essa conjuntura de alta, eles são beneficiados por maiores receitas provenientes dos royalties do petróleo, garantindo uma folga no caixa das prefeituras. Ou seja, dinheiro não faltará para eles.

Portanto, nem tudo está perdido. Se essa situação é desfavorável para os consumidores, ela se mostra vantajosa para os prefeitos dos municípios petro-rentistas do estado do Rio de Janeiro. É isso.

 

Campos dos Goytacazes: número de beneficiários do Bolsa Família ultrapassa trabalhadores com carteira assinada

 

Para maiores esclarecimentos e fundamentação desta análise sobre o quantitativo de trabalhadores formais na economia de Campos dos Goytacazes e o número de pessoas em condição de trabalhar vinculadas ao Programa Bolsa Família do Governo Federal, destacamos a seguinte redação extraída do site do Ministério da Cidadania e Assistência Social:

“No mês de dezembro de 2024, o município de CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ teve 58.818 famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família, com 148.498 pessoas beneficiadas, totalizando um investimento de R$ 39.443.931,00 e um benefício médio de R$ 673,38.”

Assim, para comparar o número de trabalhadores com carteira assinada, de acordo com os dados do CAGED de novembro de 2024, que registrou 82.664 trabalhadores formais, com o número de pessoas cadastradas no Bolsa Família aptas ao trabalho e não encontram alocação no mercado de trabalho local, utilizamos os critérios do IBGE, que considera como população em condição de trabalhar aquelas pessoas com 14 anos ou mais, conforme a PNAD Contínua.

No presente estudo, utilizamos os dados da pirâmide etária do Programa Bolsa Família, considerando o recorte de idade a partir de 16 anos, conforme registrado no gráfico disponibilizado no site com os números de dezembro de 2024. Observamos que, das 148.498 pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família na cidade de Campos, 89.274 pessoas, com idades entre 16 anos e acima de 65 anos, encontram-se em condição de trabalhar. Estas pessoas, por falta de oportunidade de emprego na economia campista ou por outras razões, estão cadastradas no Programa.

Com base nesses dados, concluímos que, atualmente, o município de Campos possui 89.274 beneficiários do Bolsa Família em condição de trabalhar, enquanto o número de trabalhadores formais nos setores de serviços, comércio, indústria, construção civil e agropecuária totaliza 82.664. É importante ressaltar que estamos nos referindo apenas à mão de obra registrada, ou seja, formal. Contudo, sabemos que a economia de Campos também possui um número significativo de trabalhadores na informalidade.

Portanto, ao cotejar os dados formais, constatamos que o município de Campos, no momento, apresenta 82.664 trabalhadores formais e 89.274 beneficiários do Bolsa Família em condição de trabalhar, que enfrentam a dura realidade do desemprego. Esse cenário é extremamente preocupante.

 


segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Setor de serviços registra baixa geração de empregos em novembro de 2024

 

De acordo com os dados de novembro sobre o saldo líquido de empregabilidade no setor de serviços da região Norte Fluminense, conforme o CAGED, houve mudanças significativas de 2023 para 2024.

Em novembro de 2023, a economia de Campos dos Goytacazes enfrentou uma considerável retração no setor de prestação de serviços, com o fechamento de 289 postos de trabalho formais. Em contrapartida, as cidades de Macaé, São João da Barra e Rio das Ostras registraram expressiva geração de empregos, com destaque para a economia macaense, impulsionada por sua sólida base de empresas de serviços relacionadas ao setor petrolífero.

Já em novembro de 2024, verificou-se uma inversão na curva de emprego. A economia de Campos e de Rio das Ostras apresentaram saldo positivo satisfatório na expansão de empregos formais, superando Macaé, que, embora tenha mantido um saldo líquido positivo, criou menos vagas do que as aludidas cidades. Por outro lado, São João da Barra, mesmo sendo sede do Porto do Açu e abrigando diversas empresas do setor de serviços, experimentou  saldo negativo, indicando uma perda de empregos formais, o que é desalentador.

Portanto, o panorama do emprego no setor de serviços em novembro de 2023 revelou-se mais favorável em comparação com novembro de 2024, com exceção do desempenho observado na economia de Campos dos Goytacazes.

 


sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Inflação de 2024: IBGE divulga dados oficiais

 

O gráfico apresenta a evolução da inflação anual no Brasil entre 2021 e 2024. Observa-se que, em 2022, houve uma redução em relação a 2021. Em 2023 em relação a 2022, a inflação continuou em queda, registrando aumento em 2024, embora de magnitude menor. É importante destacar que essa majoração está relacionado ao aquecimento da economia brasileira e às baixas taxas de desemprego verificadas atualmente.

Diante desse cenário, torna-se essencial implementar medidas fiscais equilibradas para ajustar as contas públicas, priorizando a cobrança daqueles que mais se beneficiam das dinâmicas econômicas e do orçamento da União. É insustentável continuar impondo o peso do ajuste ao segmento mais vulnerável da população, que já suporta grande parte dos encargos decorrentes da apropriação de recursos por grupos com maior influência política em Brasília.

Passando aos números: a meta de inflação de 2024, estabelecida pelo Banco Central, foi de 4,5%, enquanto o índice oficial divulgado pelo IBGE alcançou 4,83%. Entre os itens que mais impactaram a inflação, destacam-se: alimentação e bebidas (alta de 7,69%), saúde e cuidados pessoais (6,09%) e transportes (3,30%), responsáveis por 65% do índice total. Esses itens têm impacto direto no orçamento das famílias, tornando-os especialmente relevantes.

Portanto, o desvio da meta não surpreende, considerando sua natureza restritiva, que exige sacrifícios fiscais e monetários. Ressaltamos, contudo, que não somos contrários ao ajuste fiscal, mas à forma como ele é conduzido. O ajuste realizado em dezembro do ano passado, que alterou a regra de reajuste do salário mínimo sem tocar nos supersalários, exemplifica uma abordagem desigual e inaceitável. Equilíbrio fiscal é necessário, mas deve ser perseguido de maneira justa e responsável.


quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Campos no fim da linha: o lanterninha do grupo na atual conjuntura. Um retrato do empobrecimento!

 

Segundo os dados da Lei Orçamentária Anual de 2025 e da população obtidos nos sites das prefeituras, Câmaras Municipais e do IBGE, é possível observar que, entre os municípios pertencentes à Bacia de Santos, cujos poços de petróleo são do pré-sal, como Maricá, Niterói e Saquarema, o destaque em termos de maior orçamento (LOA) e orçamento por habitante é Maricá.

É importante ressaltar que o indicador orçamento por habitante mede o montante de recursos públicos destinados por pessoa em um determinado território e período. No entanto, isso não significa que o dinheiro será necessariamente utilizado de forma eficiente em políticas públicas. Essa é uma outra discussão.

Por outro lado, nos municípios pertencentes à Bacia de Campos, que se encontra no final do ciclo produtivo, São João da Barra lidera no indicador de orçamento por habitante, com um total de R$ 23.943,37, enquanto Macaé se destaca pelo maior orçamento total. Já Campos dos Goytacazes (RJ) é o lanterninha do grupo, ocupando a última posição no critério: indicador de orçamento por habitante. Esse cenário é extremamente preocupante e desalentador.

Por fim, é triste lembrar que, há quinze anos, Campos dos Goytacazes liderava os dois critérios analisados neste texto (LOA e orçamento por habitante). E agora, o que restou do dinheiro do petróleo? Fica a pergunta para os leitores refletirem e responderem.

 


quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Prefeitura de Campos enfrenta endividamento e investimentos inferiores aos de Macaé

 

De acordo com os dados extraídos do site do TCE-RJ sobre a execução orçamentária referente à amortização da dívida, juros da dívida em comparação aos investimentos, de janeiro a outubro de 2024, para as prefeituras de Campos, Macaé e São João da Barra, com a ausência de dados para Rio das Ostras, devido à falta de envio das informações à corte de contas, então temos o seguinte cenário:

Em Campos, foram pagos R$ 63,058 milhões em amortização da dívida e R$ 4,446 milhões em juros, enquanto os investimentos atingiram R$ 51,981 milhões. Estes números evidenciam a baixa capacidade de investimento da prefeitura campista na conjuntura atual.

Já em Macaé, a situação é oposta: os investimentos, que totalizaram R$ 289,449 milhões nos dez meses analisados, superam amplamente os valores destinados à amortização da dívida (R$ 2,268 milhões) e aos juros (R$ 4,115 milhões). Estes dados revelam a boa saúde financeira da administração macaense.

Em São João da Barra, os dados disponíveis indicam R$ 4,227 milhões em juros e R$ 42,629 milhões em investimentos. Tal panorama sugere uma situação orçamentária equilibrada e positiva para o município.

Concluindo, a prefeitura de Campos, no período analisado, destinou um total de R$ 67,505 milhões ao pagamento de dívidas e juros, e os investimentos somaram apenas R$ 51,981 milhões. Essa realidade contrasta com a de Macaé, que possui um endividamento significativamente menor, permitindo alocar mais recursos em obras e políticas públicas, demonstrando a importância de manter a dívida sob controle. Infelizmente, este não é o caso de Campos.

 


terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Região Norte Fluminense registra alta expressiva nos empregos do comércio em novembro de 2024

 

Segundo os dados do último CAGED, de novembro de 2024, o desempenho do comércio na criação de empregos na região foi muito positivo. Isso já era esperado, considerando que o mês de novembro é significativamente influenciado pelas expectativas das vendas natalinas, que ocorrem no mês subsequente, dezembro. Esse cenário leva a classe empresarial a aumentar as contratações de mão de obra.

Além disso, novembro é marcado pela Black Friday, um grande evento de descontos promovido pelo comércio, que aquece consideravelmente as vendas de bens e serviços no final do ano, juntamente com o início do pagamento do décimo terceiro salário por parte de algumas empresas.

Ao analisar o gráfico, apenas São João da Barra apresentou um crescimento tímido em termos de empregabilidade na atividade comercial. É importante destacar que, apesar da presença do Porto do Açu no município, o comércio local ainda deixa a desejar. Essa situação, no entanto, pode mudar ao longo do tempo, e cabe acompanhar essa possibilidade.

No geral, o melhor cenário em contratações, em números absolutos, foi registrado em Macaé, onde o saldo líquido cresceu 21,48%. Em termos relativos, a economia de Rio das Ostras destacou-se pela maior pujança, com os empregos crescendo impressionantes 318,42% em 2024 em relação a 2023. Já em Campos, apesar de também se observar um bom desempenho, houve uma leve retração de 7,37% em novembro de 2024.

Ainda assim, os resultados gerais são animadores e merecem ser comemorados.

 


segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Novo aumento do IPTU é inaceitável: Campos já lidera a arrecadação na região!

 

O gráfico acima apresenta a arrecadação do IPTU entre janeiro e outubro de 2023 e 2024 nos municípios de Campos, Macaé e São João da Barra. No caso de Rio das Ostras, os valores referentes a 2024 ainda não foram informados ao TCE.

De acordo com os números, o município que registrou a maior arrecadação no período analisado, em termos absolutos, foi Campos. Especificamente, a receita da prefeitura campista mostrou um crescimento de 8,98% em 2024 em comparação a 2023. Já Macaé o aumento foi de 7,38%, e São João da Barra alcançou um expressivo crescimento de 14,18%. Por outro lado, não foi possível calcular a variação percentual para Rio das Ostras, conforme mencionado anteriormente.

Diante deste cenário de expansão na arrecadação do IPTU nas cidades petro-rentistas do Norte Fluminense, com destaque para Campos, causa surpresa e indignação a decisão do chefe do Executivo local de promover “tarifaço” sobretudo no IPTU para o exercício fiscal de 2025. Tal medida penaliza desnecessariamente a população, considerando que os quantitativos arrecadatórios já vem crescendo de forma significativa.

Portanto, essa decisão é, no mínimo, questionável. Afinal, os recursos estão entrando em volume considerável, e não há necessidade de impor um peso ainda maior sobre os contribuintes, que já enfrentam uma carga tributária elevada. Essa taxação pode, inclusive, comprometer o desempenho da economia municipal, que já se encontra em retração, sem gerar empregos. Assim, essa política de austeridade fiscal corre o risco de prejudicar ainda mais a  nossa economia  e a qualidade de vida da sociedade.

 



domingo, 5 de janeiro de 2025

Black Friday fora de época e "tarifaço": o show na Cidade do "Petáculo", com a conta para o contribuinte e o trabalhador

 

No melhor estilo característico da família, o primogênito do clã segue à risca a cartilha dos Garotinhos no exercício do poder. A estratégia é bem conhecida: primeiro, sobrecarregam as finanças públicas em busca do controle político. Foi assim no passado, tanto na prefeitura de Campos quanto no governo do Estado do Rio de Janeiro. Em seguida, aplicam o já famoso "tarifaço", como está fazendo agora o prefeito Wladimir, com o aumento da taxa de água e esgoto, da contribuição para iluminação pública e a elevação do IPTU. E, mais uma vez, quem paga a conta é o contribuinte.

Para agravar a conjuntura, o governo sinaliza que, para conseguir pagar a folha de janeiro de 2025 dos servidores públicos, pretende demitir grande parte dos funcionários contratados como RPAs. O "processo da guilhotina", como o próprio governo anunciou, já está programado para começar amanhã.

Não bastasse isso, em uma tentativa desesperada de arrecadação, o prefeito lança uma "Black Friday" fora de época para o IPTU. Contribuintes que quitarem o imposto até 20 de janeiro terão um desconto de 10%, um benefício quase paternal. Com essa medida, busca reforçar o caixa público, atualmente deficitário por conta dos excessos financeiros cometidos no ano eleitoral, e garantir os pagamentos pendentes. Mas até quando essa estratégia será sustentável? É uma incógnita.

A título de esclarecimento, o site da Secretaria Municipal de Fazenda publicou em 20 de dezembro de 2024 a seguinte informação: “Contribuinte adimplente terá desconto de 10% no IPTU em cota única até 20 de janeiro”.

Portanto, temos mais um capítulo do conhecido "tarifaço" no estilo Garotinho, desta vez combinado com uma "Black Friday" improvisada para o IPTU. Para aqueles que dispõem de recursos, aproveitar o desconto pode ser uma boa ideia. Como dizia um sábio amigo: "É nas crises que surgem as melhores oportunidades".

 


sábado, 4 de janeiro de 2025

O pacote de maldades que assombra a Cidade do "Petáculo"

 

 

Após a gastança no ano eleitoral de 2024, patrocinada pelo prefeito Wladimir Garotinho, que resultou no desequilíbrio das contas públicas municipais, fica evidente que o objetivo principal era garantir sua reeleição , um processo que não saiu barato para o povo de Campos. Além disso, ele buscava eleger o maior número possível de vereadores para consolidar sua base parlamentar na Câmara Municipal, objetivo que alcançou. Das 25 cadeiras do legislativo campista, 19 foram conquistadas por sua base, formando um bloco parlamentar fortemente alinhado aos seus interesses.

Todavia, para tentar reduzir o rombo fiscal do orçamento, que ultrapassará o patamar de R$ 3 bilhões no exercício fiscal de 2024, o prefeito publicou o Decreto Nº 403, de 30 de dezembro de 2024. Esse diploma legal se configura como um verdadeiro pacote de maldades, atingindo especialmente os servidores públicos municipais, que terão suas vantagens pecuniárias suspensas por tempo indeterminado, e os contratados como RPAs (Regime de Pagamento Autônomo). Estes, muitas vezes, aceitam tais vínculos precários por falta de oportunidades de emprego na cidade, onde o mercado formal está em retração. Apenas para ilustrar a gravidade do desemprego em Campos, dados do CAGED mostram que, em outubro de 2024, mais de mil trabalhadores com carteira assinada perderam seus empregos.

O Chefe do Executivo justifica o pacote de austeridade culpando o governo federal e estadual pelos déficits fiscais. No entanto, essa justificativa soa hilária e descabida, considerando a autonomia municipal em gerenciar suas finanças e a magnitude dos gastos realizados com fins eleitorais.

Diante disso, cabe perguntar ao prefeito, respeitosamente após ele eleger o seu concunhado Presidente da Câmara: o aperto financeiro se estenderá à sua seleta base parlamentar? Afinal, todos sabemos que os vereadores, para desempenhar suas funções legislativas, contam com benefícios como vale-alimentação e outras regalias, enquanto os servidores municipais enfrentarão mais um ano de arrocho salarial.

Por fim, é fundamental alertar a população campista sobre os impactos do Decreto Nº 403. O pacote comprometerá as políticas públicas no município, prejudicando áreas como saúde, educação e assistência social,  setores que já enfrentam grandes dificuldades. Com menos recursos destinados a esses serviços essenciais, a qualidade do atendimento tende a piorar. Além disso, a economia local sofrerá com a austeridade fiscal: menos dinheiro circulará no comércio e no setor de serviços, o que deve agravar ainda mais o desemprego na cidade.

Receber um "presente" como este logo no início do ano, um período em que a população renova sua esperança e otimismo, é, sem dúvida, desolador para uma cidade que se encontra em um verdadeiro “petáculo”.