Trajetória do emprego formal no estado do Rio de Janeiro no período de janeiro a agosto de 2022
O saldo de emprego formal no estado do Rio de Janeiro cresceu forte 130,0% em agosto com base em julho. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior o crescimento atingiu 34,3%, condição que permite projetar uma perspetiva de resultados mais otimistas para este ano de flexibilização da pandemia.
A figura 1, a seguir, apresenta a evolução do saldo de emprego formal gerado nos meses de janeiro a agosto de 2022. Como podemos observar, o saldo gerado em agosto atingiu o maior patamar nos meses deste ano.
Fonte: Elaboração própria, com base no CAGED.
Em agosto foram gerados 30.838 novas vagas de emprego no estado, com forte concentração na região Metropolitana, responsável pela geração de 24.916 novas vagas, ou 80,79% do total. A capital foi responsável pela geração de 20.283 vagas de emprego no mês. Complementarmente, a região Norte Fluminense gerou 941 vagas; a região Noroeste gerou 698 vagas; a Centro Fluminense gerou 573 vagas; a região Sul Fluminense gerou 1.401 vagas e a região da Baixada Litorânea gerou 2.309 vagas no mês.
No acumulado de janeiro a agosto o estado gerou 153.022 vagas de emprego, correspondentes a 8,26% do total gerado no país. A distribuição regional destas vagas concentrou-se em 72,6% na região metropolitana. A região Norte Fluminense participou com 8,6% do total, seguida pela região Baixada Litorânea com participação de 6,6%; região Sul Fluminense com participação de 4,8%; região Centro Fluminense com participação de 4,7% e, por último, a região Noroeste Fluminense com participação de 2,8% do total geral do estado, conforme figura a seguir 2, a seguir.
Fonte: Elaboração própria com base no CAGED.
Na avaliação setorial, o destaque ficou por conta das atividades de serviços que geraram 106.845 vagas ou 71,2% do total de vagas geradas no período. Sub setores como administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, foram responsáveis pela geração de 37.005 vagas; seguidos pelos subsetores de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com a geração de 35.071 vagas; serviços de alojamento e alimentação com 15.585 vagas e outros serviços com a geração de 13.436 vagas no período.
Outros setores como construção civil gerou 27.788 vagas; a indústria gerou 19.804 vagas e a agropecuária gerou 1.913 vagas. O setor de comércio seguiu na contra mão e eliminou 6.353 vagas no período.
Conclusivamente, podemos observar que o avanço do saldo de emprego formal gerado em agosto é importante, pois gera expectativas positivas de ânimo na economia para este ano. Entretanto, a concentração do emprego no setor de serviços é preocupante, em função da qualidade do emprego e o rendimento em patamar inferior à indústria, por exemplo.
Outra questão que merece atenção é a sazonalidade da atividade açucareira na região Norte Fluminense. Em agosto, em função da desaceleração da safra de cana de açúcar, a participação do emprego da região Norte Fluminense reduziu de 10,2% em relação ao estado em julho para 8,6% no mês em análise. Trata-se de uma atividade em cadeia que gera externalidades positivas relevantes, especialmente para a microrregião Campos.
Outra questão não menos importante foi o registro da forte retração do comércio que eliminou 6.353 vagas no período de janeiro a agosto deste ano. Assim, podemos considerar que um elemento de fragilidade econômica do estado pode ser identificado através do quadro de destruição de emprego no comércio. Contrariamente, o país gerou um saldo positivo de 144.792 vagas de emprego formal no comércio, equivalentes a 7,8% do total de vagas no acumulado de janeiro a agosto.
Professor Alcimar das Chagas Ribeiro, Diretor do NUPERJ