quarta-feira, 2 de julho de 2025

Sem o açúcar e no fim do petróleo, Campos enfrenta estagnação no emprego e na renda

O gráfico apresenta o comportamento do mercado de trabalho da economia de Campos dos Goytacazes (RJ), de janeiro a maio de 2024 e 2025, por meio do quantitativo do saldo líquido do CAGED, com o objetivo de proporcionar uma melhor interpretação aos leitores.

Como se observa pela curva, a empregabilidade no nosso município é bastante limitada ou até mesmo negativa, como ocorre nos meses de janeiro e março de 2025, o que reforça o argumento da fragilidade da economia local, estruturada principalmente nas atividades comerciais e de serviços com baixa remuneração.

Todavia, ao chegar em abril, período que antecede o início da safra do setor sucroalcooleiro, conforme se verifica nos dados do gráfico, tanto em 2024 quanto em 2025, a tendência se inverte, e o mercado de trabalho local intensifica as contratações de mão de obra. Nesse cenário, é importante lembrar que esses trabalhadores serão dispensados já a partir da segunda quinzena de agosto, visto que lidamos, infelizmente, com uma atividade industrial de ciclo econômico sazonal e carência de matéria-prima para abastecer as duas usinas ainda existentes, que operam em meio a sérias dificuldades financeiras. Isso é delicado.

Portanto, como já temos exaustivamente sinalizado, a economia campista depende atualmente das maiores fontes de renda ou salários oriundos dos grandes empreendimentos do Porto do Açu, em São João da Barra, e da Petrobras, em Macaé. Apenas para contextualizar: tivemos o vigoroso ciclo do açúcar, o extrativismo vegetal que já se encerrou, e vivemos agora o declínio do ciclo do petróleo, ligado ao extrativismo mineral. Por esses e outros motivos, a economia da cidade se encontra em um processo de desaceleração.

 

 

terça-feira, 1 de julho de 2025

Economia de Campos gera empregos em maio de 2025, mas perde fôlego frente a 2024

 

O gráfico apresenta os dados do emprego publicados ontem pelo CAGED, do mercado de trabalho da economia de Campos dos Goytacazes (RJ), de maio de 2025 em relação a maio de 2024. Como já era esperado por conta do início da safra do setor sucroalcooleiro, a economia campista abriu no mês de maio de 2025 1.604 postos de trabalho. Quando se observa o quantitativo dos empregos gerados no mesmo mês do ano passado, eles foram maiores. O total ficou em 1.666 empregos com a carteira assinada. Então, houve uma retração na empregabilidade da economia local em maio de 2025 de 3,72%.

Importa salientar, no ensejo, que os segmentos econômicos que impactaram positivamente a curva da empregabilidade tanto em maio de 2024 como em 2025 foram a agropecuária, a indústria e o setor de prestação de serviços. Este último, impulsionado pela elevação do fluxo de renda decorrente da conjuntura da safra canavieira.

Portanto, a guisa de lembrança, o presente cenário se constitui numa boa notícia para a cidade. Mas não podemos esquecer que esses empregos são sazonais, em função da safra do setor canavieiro, como já ressaltado anteriormente. Logo que terminar o ciclo da moagem da cana-de-açúcar em Campos, via de regra em setembro, por não haver matéria-prima suficiente para as duas usinas em dificuldade financeira desenvolverem suas atividades operacionais, esses trabalhadores serão demitidos e a economia municipal voltará a amargar o desemprego. Infelizmente.


Por Alcimar das Chagas Ribeiro

 

A mesorregião Norte Fluminense gerou 3,34 mil vagas de emprego em maio

 


O saldo de emprego na mesorregião Norte Fluminense dobrou em maio com relação a abril. Foram gerados 3.340 novos empregos no mês contra 1.651 empregos em abril. Campos dos Goytacazes liderou o processo com um saldo de 1.604 empregos, tendo o setor agropecuário contribuído com 54,49% em função do início da safra de cana de açúcar. Macaé gerou um saldo de 988 empregos no mês e São Francisco de Itabapoana gerou um saldo de 377 empregos também sob forte influência do setor sucroalcooleiro que contribui com 85,67% no mês. São João da Barra gerou 247 novas de emprego no mês.

No acumulado de janeiro a maio foram gerados 8.211 vagas de emprego na mesorregião. Macaé mantém a liderança com participação de 56,81%, seguido por Campos dos Goytacazes com participação de 27,96%, São Francisco de Itabapoana com participação de 6,80% e São João da Barra com participação de 4,98% no acumulado do ano.

Na avaliação setorial, considerando os principais munícipios geradores de emprego - Macaé, Campos, São Francisco São João Barra - as atividades industrias foram responsáveis pela geração de 4.451 vagas de emprego, seguido pelas atividades de serviços com 3.877 vagas, das atividades agropecuárias com a geração de 1.405 vagas, das atividades de comércio com 483 vagas e da construção civil com 191 vagas no período.

O estado do Rio de Janeiro gerou 45.890 vagas de emprego no período e o país gerou 1.051.244 emprego no acumulado do ano.