O IBC-BR, índice de
atividade econômica do Banco Central que antecipa o comportamento do PIB,
apresentou recuo de 0,7% em maio, influenciado principalmente pela retração de
4,2% na agropecuária e pela diminuição de 0,5% na indústria. O setor de
serviços, vale lembrar, o maior da
economia, manteve-se estável.
Foi
a primeira vez que o indicador registrou queda em 2025; a última retração havia
ocorrido em dezembro de 2024, quando houve recuo de 0,9%. Na comparação com
maio do ano anterior, o IBC-BR aponta avanço de 3,3%. No acumulado do ano, a
elevação é de 2,6%, e no intervalo de 12 meses, o crescimento atinge 4%.
A
retração observada em maio está diretamente ligada ao atual patamar da taxa
Selic, fixada em 15% pelo Banco Central, com o objetivo de conter o ritmo da
economia. O cenário é preocupante, pois a desaceleração da atividade impacta
diretamente a geração de renda e a manutenção dos empregos. Nesse contexto, as
empresas, diante da conjuntura adversa, tendem a reduzir seus aportes
produtivos, o que evidentemente não é desejável.
Além
disso, se a agropecuária já apresentou retração expressiva em maio, a
expectativa é ainda mais negativa a partir de agosto, com a entrada em vigor
das tarifas de 50% impostas pelo governo Trump sobre produtos brasileiros,
especialmente do agronegócio. A tendência é de agravamento do quadro.
Dessa
forma, o panorama econômico segue instável e cercado de incertezas, gerando
apreensão entre os agentes do mercado até o dia 1º de agosto, data prevista
para a implementação do chamado “tarifaço” trumpista. A comemoração desse fato
por parte de setores bolsonaristas é algo profundamente lamentável.
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