segunda-feira, 14 de julho de 2025

Prévia do PIB recua com agro em queda — e o “tarifaço” de Trump ainda nem começou

 

O IBC-BR, índice de atividade econômica do Banco Central que antecipa o comportamento do PIB, apresentou recuo de 0,7% em maio, influenciado principalmente pela retração de 4,2% na agropecuária e pela diminuição de 0,5% na indústria. O setor de serviços,  vale lembrar, o maior da economia, manteve-se estável.

Foi a primeira vez que o indicador registrou queda em 2025; a última retração havia ocorrido em dezembro de 2024, quando houve recuo de 0,9%. Na comparação com maio do ano anterior, o IBC-BR aponta avanço de 3,3%. No acumulado do ano, a elevação é de 2,6%, e no intervalo de 12 meses, o crescimento atinge 4%.

A retração observada em maio está diretamente ligada ao atual patamar da taxa Selic, fixada em 15% pelo Banco Central, com o objetivo de conter o ritmo da economia. O cenário é preocupante, pois a desaceleração da atividade impacta diretamente a geração de renda e a manutenção dos empregos. Nesse contexto, as empresas, diante da conjuntura adversa, tendem a reduzir seus aportes produtivos, o que evidentemente não é desejável.

Além disso, se a agropecuária já apresentou retração expressiva em maio, a expectativa é ainda mais negativa a partir de agosto, com a entrada em vigor das tarifas de 50% impostas pelo governo Trump sobre produtos brasileiros, especialmente do agronegócio. A tendência é de agravamento do quadro.

Dessa forma, o panorama econômico segue instável e cercado de incertezas, gerando apreensão entre os agentes do mercado até o dia 1º de agosto, data prevista para a implementação do chamado “tarifaço” trumpista. A comemoração desse fato por parte de setores bolsonaristas é algo profundamente lamentável.

 


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