Chile país da América Latina em que o produto
interno bruto (PIB) cresceu 4% no ano de 2018 totalizando em termos absolutos, aproximadamente,
o valor de trezentos bilhões de dólares. Teve na sua expansão econômica a boa
desenvoltura dos segmentos econômicos da mineração, da construção civil e o de
serviços. E, nos últimos dias enfrentou
na suas principais cidades, os maiores protestos da sua história, por conta,
simplesmente, do aumento da passagem do metrô.
Na
verdade, tal majoração revelou-se como a gota de água do processo de
insatisfação social gestado no país há alguns anos, que certamente a qualquer
dia iria explodir e denunciar a todo o mundo, a verdadeira face do país que era
considerado na América Latina, como o exemplo perfeito da economia liberal de
sucesso.
Todavia,
em virtude dessa convulsão social, se constatou agora no Chile, o que já se
sabia nos bastidores, ao contrário, da mídia capitalista tentar esconder: a crescente
concentração de riquezas na mão de poucos, combinado a elevação da desigualdade
social.
Mas,
especificamente, podem-se destacar aqui, os casos gritantes envolvendo os
aposentados pelo modelo de capitalização previdenciária, implantado, pelos
economistas da Escola de Chicago, como a solução viável de ajuste fiscal e
aumento da poupança interna para financiar a curva de investimentos da economia
do país. E que, o ministro da Economia Paulo Guedes, tentou de forma frustrada
pelo Congresso Nacional, replicar no Brasil, de forma insana. Uma grande sorte
do povo brasileiro.
Só que um dos fiéis defensores do receituário
de austeridade fiscal neoliberal, o mercado financeiro, por exemplo, esqueceu
de calcular corretamente os proventos futuros dos aposentados. Como decorrência,
desse fato, as aposentadorias no momento do recebimento dos benefícios, vinham
ficando abaixo do salário mínimo. Com isso, os filhos e os netos arcavam com o
ônus do desequilíbrio evitando, assim deixar os aposentados, em dificuldades
financeiras. O que de certa de forma é paliativo.
Tal
conjuntura somada à retração dos pequenos investimentos na área da saúde e da
educação pública constituiu o combustível perfeito, no desencadeamento da crise
social que hoje assola o Chile.
Por
fim, o presidente Sebastián Piñera, fez pronunciamento ontem à nação, afirmando rever a
sua política econômica injusta e repensar a sua agenda social. Ainda bem.