O FUNDECAM E O DESENVOLVIMENTO DE CAMPOS
José Luis Vianna da Cruz, Lia Hasenclever, José Alves de Azevedo Neto,
Assinam comigo José Alves Neto, autor de dissertação em que fez excelente pesquisa sobre o FUNDECAM-Fundo de Desenvolvimento de Campos dos Goytacazes, no mestrado da UCAM/Campos; e Lia Hasenclever, professora do mestrado e do doutorado da UCAM/Campos. O FUNDECAM, criado em 2001, com recursos dos royalties e participações especiais, visava atrair empresas e investimentos em tecnologia. Em 2006 criou-se, dentro dele, o FUNDECANA-Programa de Revigoramento da Lavoura de Cana de Açúcar. E, em 2011, criou-se o FUNDECAM Solidário, de Microcrédito, para micro e pequenos empreendedores. O FUNDECAM foi reivindicado, por parte da sociedade, como instrumento de fomento à diversificação da economia, em alternativa à dependência do petróleo. A proposta envolvia estudos, pesquisas, planejamento e controle social sobre as decisões. Revelou-se um órgão fechado, capturado por uma relação promíscua entre “empresários” e poder público. Foram projetos de fachada, na maioria dos casos. Alguns, para tomar dinheiro e se mandar. Ou para construir, com menos da metade dos recursos, e não funcionar. Ou, ainda, para construir, funcionar durante um tempo, e fechar. De 2002 a 2014 foram emprestados mais de 380 milhões de reais, em valores de 2013, dos quais mais de 32 milhões para o setor sucroalcooleiro. A maioria não pagou, o rombo é de algumas centenas de milhões de reais. A pesquisa de José Alves constatou que foi dinheiro jogado fora, com poucas exceções. O FUNDECAM Solidário foi a única estratégia que deu certo, apesar da timidez no volume de recursos liberados. O FUNDECAM tem a obrigação de se abrir para a sociedade participar das decisões. É necessário definir estratégia e plano de investimentos, com base em diagnósticos e prognósticos realistas, exequíveis, ambientais, que sejam a cara da região e que possam ter sustentabilidade. Há que se contemplar o campo da pesquisa, dos serviços, do desenvolvimento de produtos, visando recuperar atividades em que a região tem experiência, que possam gerar e/ou reforçar encadeamentos e integrar atividades regionais, buscando romper com a dependência de Grandes Projetos, como o Petróleo e o Açu, que, conforme os alertas de diversos pesquisadores de Campos, não interagem com as cidades e/ou as regiões, têm seus centros e sua lógica de decisões completamente desconectados da economia local/regional. Considerando a existência de 7 feiras e 246 barracas de produtos alimentícios da pequena produção local; das quatro cooperativas de catadores de recicláveis; dos milhares de trabalhadores de nível básico formados no IFF e em outras instituições, que podem prestar serviços e produzir bens, o Microcrédito e a Economia Solidária são as galinhas dos ovos de ouro do FUNDECAM. Mas, isso é para ser discutido e aperfeiçoado num conselho comunitário do FUNDECAM, aberto aos segmentos vinculados ao desenvolvimento econômico e social, aos estudos, planejamento e projetos. A participação é a especialidade da atual presidência do FUNDECAM.
Amigo Zé Alves, obrigado pela sua contribuição.
ResponderExcluirCampos agradece pelo seu trabalho
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