sábado, 20 de fevereiro de 2021

Rendas do ciclo do petróleo também financiaram a agricultura de Campos via o FUNDECANA

 

PIB da agropecuária x PIB total do município de Campos dos Goytacazes (RJ) em valores correntes de 2013 a 2018- (em Mil R$ )



Para entender melhor a movimentação econômica do setor da agropecuária do nosso município. Visitamos o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), e retiramos os dados relativos ao PIB total de Campos, o PIB da agropecuária e achamos o peso percentual, desse relevante segmento econômico, em termos de valor agregado para a economia local, no período de 2013 a 2018.

Como pode se observar no gráfico, no ano de 2013 o PIB da agropecuária em termos absolutos ficou em R$ 147,426 milhões e o seu percentual no PIB total foi de 0,25%. O que de certa forma é muito pouco.

No ano de 2014 a agropecuária apresentou um PIB de R$ 158,999 milhões e o seu peso percentual em relação ao PIB de Campos foi de 0,27%. Nesse ano ele deu uma pequena melhorada.

Em relação agora ao ano de 2015, o PIB da agropecuária ostentou o total de 195, 298 milhões e o seu peso percentual em relação ao PIB total chegou a 0,57%. Importa salientar aqui, o PIB total de Campos em 2015 ficou menor do que o de 2014, por conta do impacto negativo da queda do preço do barril do petróleo que, diminui o montante das rendas petrolíferas repassadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) a prefeitura. Essas rendas ou a produção do petróleo no mar territorial de Campos são adicionadas pelo IBGE, no nosso PIB, especificamente, na parte da indústria.

No ano de 2016 o PIB de Campos continuou caindo e o da agricultura, como se verifica no gráfico, ficou relativamente estável em termos absolutos e em termos percentuais ele se elevou porque o PIB total reduziu.  

No que tange ao ano de 2017, a agropecuária agregou o valor de R$ 194,819 milhões e o seu peso percentual chegou a 0,92%. Constituindo assim numa boa notícia.

E, no ano de 2018, o PIB total de Campos cresceu e o da agropecuária atingiu o patamar financeiro de R$ 172,712 milhões e o seu percentual ficou em 0,53%.

Por fim, quero ressaltar que neste estudo, não está à produção referente às duas usinas do município, elas estão registradas no compartimento do PIB industrial. Outra coisa que merece destaque, no ensejo, é o que diz respeito à produtividade da agricultura campista que é de apenas 44.000 toneladas por hectare, em virtude de várias razões, inclusive, por falta de chuvas, enquanto a do Brasil em 2018 e 2019 atingiu o patamar de 73.000 toneladas por hectare. 

E, acrescentando, toda e qualquer iniciativa para soerguer a atividade agropecuária e o agronegócio do nosso município é louvável, todavia, não devemos mais incorrer em ilusões e nos discursos fáceis. Pois, enfrentamos hoje uma crise econômica e financeira grande por conta do final do ciclo das rendas do petróleo que aportou significativos recursos na economia canavieira campista, também, especificamente, na revitalização da lavoura de cana, através do FUNDECANA, a linha de crédito do Fundo de Desenvolvimento de Campos (FUNDECAM).  E, acho que não adiantou muito coisa, porque a nossa produtividade média desde 2004 gravita, entre 40.000 e 50.000 toneladas por hectare, o que continua muito baixa em relação à média do Brasil. Infelizmente.     


Nenhum comentário:

Postar um comentário