As dívidas
dos brasileiros voltaram a ser um verdadeiro tormento para as famílias. De
acordo com dados do Banco Central do Brasil (BACEN) de fevereiro de 2025, 27,2%
da renda dos trabalhadores está comprometida com o endividamento.
Esse
percentual se aproxima do índice registrado em julho de 2023, período em que o
governo Lula lançou o programa Desenrola Brasil, com o objetivo de renegociar
as dívidas da população e, consequentemente, permitir que essas pessoas
voltassem a consumir bens e serviços. Como resultado, a economia do país foi
dinamizada pelo aumento do consumo, algo que, inicialmente, parece ter
ocorrido.
No entanto,
agora a situação se reverteu e uma parte significativa do orçamento doméstico
das famílias está novamente comprometida com dívidas. Por quê? A resposta é
simples: o crescimento da concessão de empréstimos no segundo semestre de 2024,
somado ao aumento da taxa básica de juros (Selic), que em 12 meses passou de
10,5% para 14,75% ao ano, o maior patamar em quase vinte anos.
Portanto,
esse cenário é preocupante e reflete um dos efeitos negativos da política
monetária restritiva do BACEN, que, ao tentar conter a inflação por meio do arrocho
monetário, já está causando impactos adversos. Em outras palavras, o excesso de
remédio pode acabar prejudicando o paciente. Será que é esse o quadro que
enfrentamos atualmente?
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