terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Lojas Americanas: o lucro era fictício?

 



O que houve com esse conglomerado econômico, responsável pela geração de mais de cem mil empregos, uma carteira de muitos clientes e uma relação com vários fornecedores de bens e serviços espalhados pelo mundo inteiro, e agora, aparece nas suas demonstrações contábeis, um ROMBO FINANCEIRO de R$ 20 bilhões?

Realmente é uma pergunta que não quer calar e também tal situação não pode ser analisada de forma superficial, pois o grupo econômico em tela possui capital aberto na bolsa de valores, está sujeito à fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e deve, explicações convincentes aos seus acionistas, sobretudo, aos pequenos poupadores que depositaram confiança, na marca empresarial no momento em que adquiriram os seus papéis no mercado de capital.

Em nossa opinião, as investigações sobre a veracidade dos fatos e atos contábeis devem-se reportar aos últimos dez anos de operações da atividade da empresa. Eis que, ao longo desse período, os lucros foram sendo registrados no balanço patrimonial, os dividendos sendo distribuídos aos acionistas minoritários e majoritários, em cima de uma rentabilidade empresarial fictícia. Ou estou enganado?

Acrescentando, ainda, caso as autoridades do mercado de capitais hesitem em apurar a origem desse imenso PREJUÍZO FINANCEIRO, sem identificar os responsáveis por ele, estarão comprometendo, sim, a credibilidade da Bolsa de Valores do Brasil, e o que é pior, provocarão desconfiança generalizada dos investidores em ações, acompanhado, todavia, de uma irreversível fuga de capitais do Brasil. Acho que esse cenário ninguém gostaria de presenciar.

Portanto, é inaceitável um suposto escândalo financeiro, no século XXI, de uma organização empresarial, que rotineiramente era submetida à auditoria independente, e além do mais, possuía forte mecanismo de proteção de fraude, compliance, tal palavra em inglês significa estarem absolutamente em linha com normas, de controles internos e externos. Por fim, em face dessa triste conjuntura engendrada por grandes capitalistas brasileiros, reiteramos a pergunta: o que houve com as Lojas Americanas, do ponto de vista financeiro?    


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