Fonte: Inforoyalties-UCAM
Mar de Dinheiro
O município de Campos dos Goytacazes
durante o ciclo do petróleo, vigente no período circunscrito, ao ano de 1999 ao
ano de 2017, recebeu de royalties e das participações especiais, ressalta-se,
apenas, numa fonte de receita o valor real financeiro de R$ 18,702 bilhões. O aludido
recorte de tempo representa mais de uma década e meia.
O fluxo de renda circulante na
economia local pode-se dizer baseado nos dados acima foram significativos. Nem
por isso conseguiu-se a reversão do quadro socioeconômico municipal, carente
dos elementares e essenciais serviços básicos ofertados a população, como o sistema
de transporte digno, a saúde e a educação de qualidade. Sem falar na
possibilidade da diversificação econômica municipal, cuja estrutura produtiva
de extrativismo vegetal e mineral, continua inalterada, para uma economia local
com base num sistema econômico pautado na inovação tecnológica, em virtude da
existência dentro das fronteiras municipais de instituição de ensino de excelência, que tanto poderia contribuir com o desenvolvimento econômico local.
A variável principal e de difícil acesso, o
dinheiro, no intuito de iniciar o processo de diversificação da economia, nunca
foi obstáculo, as escolhas das prioridades por outras vertentes, como a expansão
da estrutura física da prefeitura, sem planejamento, sim, considera-se como
grande problema, sobretudo no cenário em que o dinheiro acabou.
Inadmissível, saber que após tanto
recurso da indenização decorrente das commodities, o petróleo, ainda vive-se
dentro do deplorável contexto de fechamento de 649 estabelecimentos econômicos,
na sua maioria atrelado ao segmento da atividade comercial.
Atribuem-se, por sua vez, o quadro de
decadência econômica de Campos, a recessão na economia nacional do ano de 2015
e a do ano de 2016. Em parte as atividades econômicas foram afetadas por este
fenômeno econômico. Entretanto, o quadro poderia ser outro, se o dever de casa fosse feito efetivamente. Faltou aplicação responsável e planejada dos recursos
que estiveram a nossa disposição.
Os gestores municipais do período de
1999 a 2017, infelizmente, se preocuparam somente no projeto de poder político
e pessoal, em detrimento da intrépida Campos dos Goytacazes, sem querer entrar
no mérito de cada um deles.
Por conta disto, agora, vive-se, o
momento da ressaca e lamúrias dos áureos tempos. Não se deve olhar para trás. A saída viável passa
por repensar o município dentro de uma perspectiva de desenvolvimento endógeno.
Reestruturar o que resta do setor produtivo, no sentido de atender a demanda de
bens e serviços das empresas do grande projeto implantado no município de São
João da Barra, o Porto do Açu.
Atualmente, a economia de Campos e muito menos
a de São João da Barra, são destituídas de condição de oferecer os seus produtos
a qualquer empresa que se instalem no distrito industrial do Açu. Chegou a hora
de pensar grande. Afinal de contas acabou o dinheiro ou não?
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