A disparada do dólar
ontem, ultrapassando a marca de US$
6,00, demonstra claramente a intenção do mercado financeiro em
pressionar o governo federal para que este implemente, às pressas, um
ajuste fiscal que atenda aos interesses dos bancos, em detrimento do povo
brasileiro.
O pacote de medidas de
contenção de despesas está parado na Câmara
Federal. O presidente da Casa, Arthur Lira, já declarou que o governo
não possui votos suficientes para submetê-lo à votação. O que, na verdade, está
por trás desse cenário é que os ilustres deputados desejam, como contrapartida
para votar o ajuste fiscal, mais
recursos para as emendas parlamentares. O governo Lula decidiu
regular e colocar um freio
nessa sangria descontrolada de dinheiro público, que tradicionalmente é
entregue aos parlamentares antes de qualquer votação no Congresso Nacional.
É importante salientar que
tal conduta constitui
um vício antigo do parlamento brasileiro. Durante o governo de
Jair Bolsonaro, essa prática se agravou devido à fragilidade política
de sua administração. Como resultado, foi criado o orçamento secreto,
uma medida que facilitou a aprovação de projetos de interesse dos
bolsonaristas. Essa conjuntura política deixou uma herança que o atual governo
continua sofrendo, alimentando essa cultura nefasta que tanto prejudica o povo
brasileiro.
Segundo a mídia nacional,
a votação deve ocorrer até sexta-feira, dia 20. O valor exigido por deputados e
senadores para aprovar o pacote de ajuste fiscal é de R$ 7 bilhões, o que
soa como uma grande ironia. Se o objetivo é a redução de despesas, é inadmissível que
os representantes do povo cobrem
recursos adicionais para cumprir seus deveres constitucionais.
Na prática, isso eleva
ainda mais os gastos públicos, configurando uma postura
lamentável do Congresso Nacional.
Por fim, cabe sublinhar
que a majoração do dólar não
passa de especulação do mercado financeiro. Apenas isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário