quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Economia do estado do Rio de Janeiro (RJ) – Entrevista do professor Mauro Osório (UFRJ) no Jornal o Estado de São Paulo em nove de outubro de 2022

 



Na entrevista veiculada pelo Jornal Estado de São Paulo no dia 9 de outubro de 2022. O economista Mauro Osório faz algumas observações, sobre o desenvolvimento econômico do estado do Rio de Janeiro, como veremos abaixo.

Baseado em dados do mercado de trabalho e da arrecadação tributária, o aludido economista afirma que em sete anos de funcionamento o Porto do Açu tem impulsionado a economia de São João da Barra, cidade de 36,7 mil habitantes e que cedeu quase 30% do seu território ao megacomplexo. Todavia, ele diz que isso não é suficiente para levar o desenvolvimento econômico para a região.

No ensejo, destaca que de 2006 a 2020 a época que iniciaram as obras do megaporto, os empregos formais saltaram 180%, inclusive, foi o maior crescimento entre todas as cidades do estado do Rio de janeiro.

E, entre 2014 o último ano antes de o complexo portuário começar a funcionar e julho de 2022 foram 2.875 empregos formais criados em São João da Barra.

Agora, no que diz respeito à receita corrente. Em 2021 a cidade registrou a maior arrecadação tributária per capta de ISS entre todos os municípios do Rio. Diante disso, ressalta Mauro Osório: “para o município, o porto teve benefício, mas a cidade é pequena, temos de pensar de forma ampla”.

Outro ponto relevante levantado por Osório refere-se ao seguinte. A geração de empregos localizada não é sinal de desenvolvimento econômico, pois baseado no CAGED, ele afirma que no período de 2014 a julho de 2022 considerando todas as cidades do Norte Fluminense, o saldo de empregos formais ficou negativo e o quantitativo de 19.641 vagas eram fechadas, na contramão do desempenho de São João da Barra.

    Em sua análise sobre a economia regional Osório tem chamado à atenção, nos últimos anos, para o impacto negativo das sucessivas crises políticas e de gestão pública sobre o desenvolvimento econômico do Rio.

Acrescenta ele: os dados do IBGE mostram que de 1970 a 2019 o peso do Rio na economia brasileira afundou, passando de 16,7% do Total do PIB para 10,6%, Osório culpa a desindustrialização pelo movimento.

E, vai além: “mesmo a indústria de petróleo e gás não espalha desenvolvimento econômico – a maior parte dos fornecedores da Petrobrás está fora do Rio, diz o economista”.

Por fim, salienta que, o projeto do Açu seria uma oportunidade para induzir o desenvolvimento econômico local, mais o governo precisaria reestruturar seus corpos técnicos para trabalhar nesse planejamento. Essa atuação seria necessária para definir, por exemplo, se o melhor não seria investir na construção de uma conexão de ferrovia completa para o Porto, mesmo que ainda não haja demanda para tanto no complexo portuário. Perfeito

 

 

 

 

 

 

 

 


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