quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Entre a Selic pornográfica e a vergonha da PEC da Bandidagem: Hugo Mota em cena

 


O Banco Central do Brasil (BACEN), por meio do Comitê de Política Monetária (COPOM), manteve a taxa de juros considerada pornográfica, a Selic em 15% ao ano, na decisão de ontem, sob a justificativa de perseguir a meta inflacionária de 3% ao ano, com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. Segundo a própria autoridade monetária, a inflação de 2025 poderá alcançar 4,83%. Ressalte-se que a meta de 3% ao ano é extremamente baixa quando se trata de um país emergente como o Brasil.

Enquanto isso, o Banco Central dos Estados Unidos (FED) reduziu sua taxa básica, também ontem, em razão da desaceleração na criação de empregos, o que tem desagradado profundamente o presidente Donald Trump, mesmo com a inflação norte-americana permanecendo elevada para uma economia desenvolvida. Lá, a meta inflacionária é de 2% ao ano.

De toda forma, o que mais importa para nós é que os indicadores econômicos nacionais são positivos: a bolsa segue em alta com a entrada de capital estrangeiro; a Selic elevada atrai recursos externos; e a consequência direta desse cenário é a valorização do real frente ao dólar. Hoje, por exemplo, US$ 1,00 estava cotado a R$ 5,30, com possibilidade de recuar ainda mais até o fim do ano. Além disso, a taxa de desemprego do trimestre encerrado em julho de 2025 atingiu 5,6%, a menor da série histórica. As exportações brasileiras também estão em ritmo recorde, não para os Estados Unidos, em razão das tarifas impostas por Trump ao Brasil por motivações políticas e ideológicas, mas sim para a China e outros mercados. Aliás, as vendas externas cresceram justamente após o tarifaço do governo norte-americano.

Por outro lado, em meio a esse ambiente otimista, não se pode ignorar o episódio lamentável protagonizado pelo presidente da Câmara, deputado federal Hugo Mota, apelidado de “parteiro” da PEC da Bandidagem. Ele autorizou a votação da proposta que concede privilégios a parlamentares acusados de crimes, criando uma categoria de cidadãos acima da lei. Trata-se de um fato vergonhoso do ponto de vista ético e moral. A Câmara, nesse contexto, deixou de se comportar como a casa do povo e passou a funcionar como um verdadeiro sindicato de deputados criminosos. Um momento triste da nossa história política.

Por fim, cabe registrar outra denúncia grave divulgada pelo site do ICL Notícias: o ex-chefe da Casa Civil de Bolsonaro, senador Ciro Nogueira, e o presidente do partido União, advogado Antônio Rueda, estariam envolvidos em um grande escândalo de corrupção investigado pelo Ministério Público de São Paulo. A imprensa indica que as apurações avançam e prometem fortes repercussões. Pelo visto, a Polícia Federal terá muito trabalho, tamanha é a podridão que assola o Centrão.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário