O Banco Central do Brasil
(BACEN), por meio do Comitê de Política Monetária (COPOM), manteve a taxa de
juros considerada pornográfica, a Selic em 15% ao ano, na decisão de ontem, sob
a justificativa de perseguir a meta inflacionária de 3% ao ano, com tolerância
de 1,5% para cima ou para baixo. Segundo a própria autoridade monetária, a
inflação de 2025 poderá alcançar 4,83%. Ressalte-se que a meta de 3% ao ano é
extremamente baixa quando se trata de um país emergente como o Brasil.
Enquanto
isso, o Banco Central dos Estados Unidos (FED) reduziu sua taxa básica, também
ontem, em razão da desaceleração na criação de empregos, o que tem desagradado
profundamente o presidente Donald Trump, mesmo com a inflação norte-americana
permanecendo elevada para uma economia desenvolvida. Lá, a meta inflacionária é
de 2% ao ano.
De
toda forma, o que mais importa para nós é que os indicadores econômicos
nacionais são positivos: a bolsa segue em alta com a entrada de capital
estrangeiro; a Selic elevada atrai recursos externos; e a consequência direta
desse cenário é a valorização do real frente ao dólar. Hoje, por exemplo, US$
1,00 estava cotado a R$ 5,30, com possibilidade de recuar ainda mais até o fim
do ano. Além disso, a taxa de desemprego do trimestre encerrado em julho de
2025 atingiu 5,6%, a menor da série histórica. As exportações brasileiras
também estão em ritmo recorde, não para os Estados Unidos, em razão das tarifas
impostas por Trump ao Brasil por motivações políticas e ideológicas, mas sim
para a China e outros mercados. Aliás, as vendas externas cresceram justamente
após o tarifaço do governo norte-americano.
Por
outro lado, em meio a esse ambiente otimista, não se pode ignorar o episódio
lamentável protagonizado pelo presidente da Câmara, deputado federal Hugo Mota,
apelidado de “parteiro” da PEC da Bandidagem. Ele autorizou a votação da
proposta que concede privilégios a parlamentares acusados de crimes, criando
uma categoria de cidadãos acima da lei. Trata-se de um fato vergonhoso do ponto
de vista ético e moral. A Câmara, nesse contexto, deixou de se comportar como a
casa do povo e passou a funcionar como um verdadeiro sindicato de deputados
criminosos. Um momento triste da nossa história política.
Por
fim, cabe registrar outra denúncia grave divulgada pelo site do ICL Notícias: o
ex-chefe da Casa Civil de Bolsonaro, senador Ciro Nogueira, e o presidente do
partido União, advogado Antônio Rueda, estariam envolvidos em um grande
escândalo de corrupção investigado pelo Ministério Público de São Paulo. A
imprensa indica que as apurações avançam e prometem fortes repercussões. Pelo
visto, a Polícia Federal terá muito trabalho, tamanha é a podridão que assola o
Centrão.
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