Segundo
o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição do Mundo 2022”
divulgado ontem por cinco agências da ONU. São 828 milhões de pessoas atingidas
pela fome no mundo em 2021. Tal quantitativo aumentou em 150 milhões a partir
da pandemia no ano de 2020.
No caso
do Brasil são 61,3 milhões, que convivem com algum tipo de insegurança
alimentar. Deste total 15,4 milhões estiveram sob insegurança alimentar grave
no período circunscrito entre 2019 a 2021, um crescimento de 3,9 milhões quando
comparado ao contingente observado entre 2014 a 2016, de acordo com o jornal O
Globo, pg. 18 do caderno de economia.
Em
função desses dados acho relevante fazermos uma pequena reflexão sobre a
conjuntura da fome no Brasil. Pois, o nosso país reconhecidamente figura na
economia mundial como um dos maiores exportadores de alimentos do planeta, aliás,
alimentamos o mundo, e infelizmente não temos ou não queremos oferecer o mínimo
à sobrevivência do ser humano, como por exemplo, três refeições ao dia, a 61,3
milhões de irmãos brasileiros. Isso, todavia, constitui-se numa grande contradição
contemporânea.
Dando
continuidade ao espinhoso assunto, importa salientar, a guisa de
esclarecimento, no ano de 2014 o Brasil saiu do mapa da fome da ONU, e partir
do ano de 2018, retornamos de forma vergonhosa para ele.
Agora,
atribuir à culpa da elevação da miséria brasileira a pandemia é realmente um
grande desconhecimento da crise social que já havia anteriormente. Apenas, ela
se agravou com a chegada da crise sanitária e os desmandos e falta de respeito
com a população por parte do governo Jair Bolsonaro, que até a vacina se
recusou a comprar, no primeiro momento, como é do conhecimento de todos.
Portanto,
já passou da hora da sociedade acordar e promover uma imensa cruzada contra a
fome de milhões de compatriotas e extirpar de uma vez por toda, esse problema
social, simples de ser resolvido. Basta apenas vontade política e um pouco de
sensibilidade humana.