sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Royalties de agosto: Saquarema leva R$ 153 milhões, mais que Maricá

Ontem foram depositados os royalties pelo regime de partilha, cuja legislação determina que os prefeitos apliquem 75% dos valores em Educação e 25% em Saúde pública. Entre os municípios da Bacia de Campos estão Campos, Macaé, Rio das Ostras e São João da Barra. Já na Bacia de Santos destacam-se Maricá, Niterói e Saquarema.

Os montantes estão em milhões de reais, e o grande destaque do mês é Saquarema, que recebeu R$ 153 milhões para uma população de pouco mais de 95 mil habitantes. É muito dinheiro!

 

 

Falta de circulação de dinheiro agrava crise e resulta na perda de mais de mil empregos em Campos

 

De acordo com o último CAGED divulgado pelo Ministério do Trabalho, a economia de Campos dos Goytacazes (RJ) entre janeiro e julho de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024, eliminou mais de mil empregos formais, conforme mostra o gráfico. No acumulado de janeiro a julho de 2024, o saldo líquido total foi de 4.267 postos de trabalho, enquanto no mesmo intervalo de 2025 atingiu apenas 3.263.

A perda superior a mil vagas em sete meses de 2025 evidencia que a economia campista sofre com a falta de dinheiro circulando na cidade, argumento constantemente mencionado pelos comerciantes locais. Basta conversar com eles para perceber que há um processo de desaceleração nas atividades econômicas. Soma-se a isso o endividamento da prefeitura, que praticamente suspendeu pagamentos a fornecedores e prestadores de serviços, sinalizando o agravamento da crise fiscal e financeira que hoje compromete as contas do governo Wladimir Garotinho.

Portanto, a conjuntura de Campos é bastante delicada. Embora o prefeito, seus secretários e a imprensa alinhada ao governo tentem mascarar a realidade, basta ouvir os empresários campistas para constatar a insatisfação que predomina.

 


quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Dados do CAGED revelam início da queda no emprego da agropecuária em Campos

 

Saiu publicado ontem o CAGED referente a julho de 2025. A economia de Campos dos Goytacazes (RJ) apresentou melhora no desempenho da criação de empregos nesse mês em comparação com julho de 2024. A atividade que liderou a abertura de postos foi o setor de serviços, cujo saldo líquido atingiu 175 trabalhadores, seguido pela indústria e pelo comércio.

No cenário da empregabilidade de julho de 2025, já se percebe, pelos resultados negativos da agropecuária, que o ramo inicia um processo de desaceleração. Os postos da safra sucroalcooleira, expressivos em maio e junho, não se repetiram, ainda que a indústria tenha registrado saldo líquido positivo em julho.

Assim, esse é o retrato dos números de empregos no município em julho de 2025: mais uma vez sustentados pelo setor de serviços, marcado por baixa agregação de valor.


Por Alcimar das Chagas Ribeiro

 

Geração de emprego desacelera em julho na região Norte Fluminense


 

A região Norte Fluminense gerou um saldo de 815 novas vagas de emprego em julho, desacelerando 58,24% em relação ao saldo gerado no mês anterior. Macaé liderou o processo com um saldo de 514 vagas, seguido por Campos dos Goytacazes com um saldo 264 vagas no mês. No acumulado de janeiro a julho, foram gerados 10.804 empregos na região com a liderança de Macaé com 5.775 empregos e Campos dos Goytacazes com 3.263 empregos. Na comparação com o mesmo período do ano passado foi registrado um crescimento de 21,48% no saldo acumulado de emprego gerado este ano.

Setorialmente, considerando os principais municípios geradores de emprego (Macaé, Campos dos Goytacazes, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra), as atividades de serviços geraram 5.160 vagas, as atividades agropecuárias 1.699 vagas, o comércio 1.040 vagas e as atividades industriais 668 vagas no acumulado do ano. As atividades de construção civil eliminaram 153 vagas no mesmo período.

O estado do Rio de Janeiro gerou 65.966 vagas de emprego e o país 1.347.807 vagas no acumulado do ano.

 


terça-feira, 26 de agosto de 2025

Brasil vive deflação em agosto após dois anos, indica IBGE

O IPCA-15 divulgado hoje pelo IBGE registrou deflação de 0,14% em agosto de 2025, após dois anos. O resultado foi puxado pela redução no valor da energia elétrica, depois da alta de 0,33% do aludido índice em julho.

Convém esclarecer: deflação é o oposto da inflação. Enquanto esta representa o aumento dos preços, aquela significa sua retração. E quais são os efeitos dessa conjuntura? No curto prazo, o mais imediato é o ganho de poder de compra do trabalhador, que encontrará bens e serviços mais acessíveis. Além disso, abre espaço para que o Banco Central reduza rapidamente a Selic de 15% ao ano, o que, por si só, é um verdadeiro absurdo!

Por fim, enquanto o país atravessa um cenário político conturbado, marcado pelas expectativas em torno do julgamento do ex-presidente Bolsonaro na próxima terça-feira, o bom desempenho da economia vai se consolidando, para desgosto da extrema direita e suas bandeiras antinacionalistas e eivadas de traição. 

 

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Macaé é destaque em gastos com Assistência Social no início de 2025

 

Segundo o relatório da execução orçamentária do TCE-RJ sobre os gastos com Assistência Social, o maior investimento entre janeiro e junho de 2025 ocorreu em Macaé, seguido por Campos, São João da Barra e, por último, Rio das Ostras.

Esses aportes são significativos e indispensáveis diante do elevado índice de pobreza que ainda persiste nesses municípios. Apesar de Macaé abrigar a Petrobrás e São João da Barra contar com o Porto do Açu, observa-se em ambos os territórios uma desigualdade social marcante.

Dessa forma, é necessário enfrentar e reduzir essas contradições: altos investimentos convivendo com profundas disparidades sociais.






sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Do FUNDECANA ao Projeto do Semiárido: a história volta a se repetir?

 

Retirei este trecho ipsis litteris da minha dissertação de mestrado, das páginas 146 a 148, intitulada “O Desafio do Fomento à Industrialização em Áreas de Economia de Extrativismo Mineral: o Caso do FUNDECAM, Campos dos Goytacazes-RJ”. O trabalho foi apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Planejamento Regional e Gestão de Cidades da Universidade Candido Mendes – Campos/RJ, para obtenção do grau de Mestre em Planejamento Regional e Gestão de Cidades. Orientador: Prof. José Luís Vianna da Cruz, DSc. Local: Campos dos Goytacazes-RJ, setembro de 2015.

Na ocasião, tive a oportunidade de estudar esse importante Fundo de Fomento de Campos, cuja história é amplamente conhecida.

Faço a presente postagem para contribuir com o debate atual em torno do veto presidencial ao PL do semiárido nas regiões Norte Fluminense e Noroeste. O intuito é oferecer elementos que possam ser úteis e, ao mesmo tempo, demonstrar que, mais uma vez, as forças do setor sucroalcooleiro de Campos — historicamente beneficiadas por recursos públicos, como comprovam leis e decretos analisados em nossa pesquisa — articulam-se em busca de novos aportes financeiros oriundos do erário. Na nossa avaliação, recursos nunca faltaram para esse segmento e, paradoxalmente, a região permanece em grave marasmo econômico.

Importa ressaltar que os valores concedidos ao setor sucroalcooleiro, destacados a seguir, estão em valores nominais, sem atualização monetária. Caso necessário, podem ser corrigidos pelo IPCA, o que evidenciaria ainda mais o volume de recursos destinados ao setor.


O FUNDECANA

“O FUNDECANA não constitui um fundo separado do FUNDECAM. Trata-se de um Programa de Revigoramento da Lavoura de Cana-de-Açúcar, instituído pela Lei Municipal nº 7.829/2006, como linha especial de financiamento dentro do FUNDECAM. Rege-se atualmente pelo Decreto nº 256/2010, que o denominou ‘Novo FUNDECANA’ para fins de divulgação, identificação contábil dos recursos aplicados e análise de resultados, conforme disposto em seu artigo 2º.

Esse programa segue os mesmos critérios dos empréstimos do FUNDECAM, incluindo garantias e taxas de juros. Em casos de inadimplência, as operações financeiras ficam submetidas às regras do mercado, como ocorre nos contratos gerais do fundo. O operador financeiro é o Banco do Brasil, conforme o Decreto nº 256/2010. Por ser uma linha especial de financiamentos, exige que uma entidade ou cooperativa ligada ao setor canavieiro se responsabilize pela consignação dos recursos. O objetivo é exclusivamente o revigoramento da lavoura de cana.

Confirmando o que foi afirmado, o §4º do artigo 3º do Decreto nº 256/2010 dispõe:

A Unidade Consignatária, ao executar o projeto junto ao Beneficiário credenciado, deverá ser auxiliada por uma ou mais pessoas jurídicas de atividade industrial processadora de cana-de-açúcar ou derivados, denominadas para efeito deste Decreto como Unidades Integradoras do ‘Novo FUNDECANA’, desde que consideradas idôneas e que apresentem certidões de regularidade fiscal perante as Fazendas Públicas Municipal, Estadual e Federal, podendo assumir, se necessário, o encargo de garantidoras da restituição dos recursos financeiros fornecidos pelo FUNDECANA.

A entidade responsável pelo recebimento dos recursos deve, obrigatoriamente, abrir conta no Banco do Brasil para depósito das liberações, após aprovação pelo CG de toda a documentação e do projeto contemplado. Empresas do ramo agroindustrial da economia local, especificamente do segmento sucroalcooleiro, contempladas pelo programa desde sua criação pela Lei nº 7.829/2006, receberam do FUNDECAM, entre 2007 e dezembro de 2014, o montante de R$ 27 milhões.

Embora instituído em 2006, o primeiro empréstimo ao setor ocorreu em 06/06/2007, com contrato de mútuo no valor de R$ 10 milhões destinado à Cooperativa Mista dos Produtores Rurais Fluminense, vinculada à Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (COAGRO), arrendatária da Usina São José, em Goytacazes. Convém registrar que o FUNDECANA iniciou suas operações apenas em 2007, mas os empréstimos do FUNDECAM ao setor sucroalcooleiro já vinham ocorrendo antes, desde 2003.

Naquele ano, o fundo financiou a planta industrial da Usina Álcool Química Cana Brava Ltda., no valor de R$ 3,217 milhões (contrato assinado em 03/06/2003). Em 2004, a empresa obteve novo empréstimo de R$ 1,8 milhão (contrato em 27/03/2004). Ainda em 2004, produtores de cana de Campos, reunidos na COAGRO, arrendaram a Usina São José e buscaram no FUNDECAM financiamento de R$ 10,496 milhões (contrato de 21/04/2004).

Assim, em um curto intervalo entre 2003 e 2004, duas usinas de açúcar e álcool receberam do FUNDECAM R$ 15,513 milhões em valores correntes, destinados à reestruturação industrial. Apenas dois anos depois, em 2006, o setor voltou a ser contemplado pelo poder público municipal com a criação do FUNDECANA, voltado ao revigoramento da lavoura de cana.

Diante desses episódios, permanece a indagação: após a falência do parque sucroalcooleiro de Campos nos anos 1990, conforme relatado no primeiro capítulo, teriam forças políticas e econômicas, com vínculos estreitos com o poder público municipal, buscado reerguer a agroindústria campista por meio do FUNDECAM e do FUNDECANA, utilizando recursos dos royalties e da participação especial?”

Essa foi a pergunta que nós respondemos na conclusão da nossa dissertação.

 


Macaé concentra o maior volume de investimentos públicos no Norte Fluminense

 

Segundo os dados sobre os investimentos públicos das Prefeituras de Campos, Macaé, Rio das Ostras e São João da Barra, de janeiro a junho de 2025, publicados no site do TCE-RJ, o município que mais aplicou em obras e equipamentos em geral foi Macaé, seguido por Campos, São João da Barra e, por último, Rio das Ostras no primeiro semestre de 2025. A aplicação de recursos públicos possui importância relativa no sistema econômico, pois contribui para dinamizar a economia local por meio da infraestrutura social e econômica. Assim, Macaé ocupa a primeira posição no gráfico.


quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Emprego industrial recua em Campos e Rio das Ostras em junho de 2025, mas avança em Macaé e São João da Barra

 

Segundo os dados do último CAGED, o emprego industrial em junho de 2025, comparado ao mesmo mês de 2024, apresentou queda de 63,45% em Campos, expansão de 137,63% em Macaé, retração de 63,04% em Rio das Ostras e crescimento de 86,05% em São João da Barra.

Esses resultados evidenciam, no período analisado pelo gráfico, uma desaceleração da atividade industrial nas economias de Campos e Rio das Ostras, o que representa um sinal negativo para ambas.

Em contrapartida, Macaé e São João da Barra registraram avanços na geração de postos formais de trabalho, ainda que em números relativamente modestos.

 


terça-feira, 19 de agosto de 2025

Inflação em queda: IPCA pode fechar 2025 abaixo da marca de 5%

 

O Boletim Focus do Banco Central divulgou ontem que o mercado financeiro, por meio de seus investidores, apresentou uma nova estimativa para a inflação brasileira medida pelo IPCA em 2025. O quadro é de otimismo.

Anteriormente, a projeção era de que a economia encerraria o ano com IPCA em 5,05%, mas agora o número foi revisto e tudo indica, segundo os últimos indicadores, que ficará em 4,95% em dezembro. Uma excelente notícia.

Esse movimento de retração do processo inflacionário está ligado ao arrefecimento da atividade econômica diante da taxa de juros de 15%, a SELIC definida pelo Banco Central, bastante elevada, diga-se de passagem. Tal condição deve abrir espaço para que, na próxima reunião do COPOM, a autoridade monetária reduza a taxa básica, barateando o crédito interno para as empresas e, como resultado, permitindo a geração de mais renda e postos de trabalho. Resta aguardar os próximos capítulos. Os sinais da economia são bastante positivos.


segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Campos e SJB sentem no bolso o enfraquecimento da produção: Bacia de Campos perto do fim

 

O gráfico mostra os repasses da terceira participação especial de 2025, de forma detalhada. A participação especial é uma compensação paga pelas empresas de petróleo aos municípios em razão dos poços com maior rendimento.

No caso de Campos e São João da Barra, como os campos já estão em fase de esgotamento, somados à queda do preço do barril Brent e ao aumento do custo de extração, a receita caiu de forma expressiva. Diferente de Maricá e Niterói, que integram a Bacia de Santos, no pré-sal, com poços altamente produtivos, e por isso receberam valores muito mais elevados.

Quanto a Macaé, a compensação é reduzida porque os grandes campos da Bacia de Campos não estão diretamente ligados ao município. A cidade arrecada mais com os repasses mensais de royalties do que com a participação especial, em parte devido às instalações da Petrobras situadas em seu território. Já Saquarema, embora pertença à Bacia de Santos, ainda não possui campos de alta performance, o que limita sua participação especial, restando os royalties mensais como principal fonte, assim como em Macaé.

Por fim, cabe destacar que, em Campos e São João da Barra, os poços de petróleo estão nos últimos estágios. Ou seja, a Bacia de Campos caminha rapidamente para o fim do ciclo do petróleo. Fica o alerta: atenção prefeitos de Campos e São João da Barra, a fonte de recursos está se esgotando. Nesse cenário, a crise fiscal e financeira de Campos tende a se agravar, com a continuidade dos atrasos em obras, pagamentos a fornecedores e outros compromissos, mantendo a economia local em estagnação.

 


"QUEDA HISTÓRICA NA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: ENTENDA O IMPACTO NOS MUNICÍPIOS NORTE-FLUMINENSES EM 2025"

 

"A Participação Especial (PE), tributo pago pelas petrolíferas como compensação financeira pela exploração de campos de alta rentabilidade, atingiu seus menores patamares desde a crise da COVID-19 em 2020. Dados apontam que os repasses trimestrais para municípios como São João da Barra e Campos dos Goytacazes – que dependem fortemente da produção dos campos de Frade e Roncador – sofreram quedas acentuadas, reflexo de uma combinação de fatores: oscilação dos preços médios do petróleo, queda de produção e aumento de custos operacionais e investimentos dedutíveis nos cálculos."

1. O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

"A PE, que já foi uma fonte alta de receita para a região, encolheu drasticamente. Enquanto em 2014, os repasses somaram mais de R$ 120 milhões no ano para São João da Barra, e R$ 654 milhões para Campos dos Goytacazes, em 2025 as projeções indicam valores menores que R$ 10 milhões – uma queda de mais 1100%, para o município de São João da Barra e pouco mais de R$ 25 milhões para Campos, queda de mais de 2800%. O motivo? Três fatores críticos:

Queda do Preço do Brent: A cotação média do petróleo tipo Brent, referência para o cálculo da PE, esteve em US$ 98,95 em 2014 e neste ano está em US$ 71,90.

Aumento de Custos Dedutíveis: Os principais Campos principalmente para São João da Barra, Roncador e Frade, atingiram seu ápice de produção e agora demandam investimentos pesados para aumentar o fator de recuperação, novos poços e novas tecnologias, o que reduz e muito a base de cálculo da PE.

Queda de Produção: Apesar dos investimentos, a produção destes campos já passou pelo período de maior produção e hoje temos a perspectiva que os investimentos feitos, retome em médio prazo, maiores valores das Participações Especiais, com aumento de produtividade e um bem possível (Pré-Sal) na mesma região."

2. COMPARAÇÃO COM CRISES ANTERIORES

"A situação atual é grave, mas ainda não alcança o colapso de 2020/2021, quando o Brent despencou para *US$ 15,98/barril em abril – o menor valor da história recente. Neste período, a PE de São João da Barra chegou a cinco repasses zerados. Agora, porém, a crise é estrutural mas de extrema significância:

2020: Queda brusca por fatores externos (pandemia + guerra de preços).

2025: Queda prolongada por custos operacionais altos e preços moderados do petróleo.

3. OS IMPACTOS NOS MUNICÍPIOS

"Para São João da Barra e Campos dos Goytacazes, a redução da PE significa:

Menos verba para investimento, saúde e educação: A PE já checou a financiar até 40% do orçamento destes municípios.

Atraso em obras estratégicas: Projetos de infraestrutura e mobilidade dependem desses recursos.

Risco de desequilíbrio fiscal: Sem alternativas imediatas de receita, os gestores terão que cortar gastos ou buscar empréstimos."

4. O QUE ESPERAR DO FUTURO?

"A recuperação depende de três variáveis:

Preço do Petróleo: Se a OPEP+ mantiver cortes de produção e a demanda global se aquecer, o Brent pode se recuperar para US$ 80+.

Eficiência Operacional: Se a Petrobras e parceiras reduzirem custos em campos maduros, a base de cálculo da PE melhora.

Diversificação Econômica: A região precisa atrair novos investimentos (ex.: energias renováveis, projetos no porto do açu) para reduzir a dependência do petróleo."

5. ALERTA AOS GESTORES

Este é o momento de:

Revisar o orçamento municipal: Priorizar gastos essenciais e criar fundos de reserva.

Cobrar transparência: Exigir detalhes das deduções de custos das empresas operadoras.

Buscar alternativas: "Parcerias com o governo federal e iniciativa privada para projetos de desenvolvimento local."

CONCLUSÃO: "A crise na PE é um sinal de alerta para o Norte Fluminense. Se em 2020/2021 o problema foi uma tempestade passageira, em 2025 ela se mostra como uma maré baixa prolongada quanto a esta receita. Aos gestores, cabe a difícil tarefa de navegar neste cenário com pragmatismo e visão estratégica."

 Por: 

Wellington Abreu

Superintendente de Petróleo, Gás, Ciência e Tecnologia

Analista de Sistemas, Pesquisador e Consultor


quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Brasil Soberano injeta R$ 30 bilhões para salvar setores exportadores

 

O Governo Federal lançou ontem o plano Brasil Soberano, voltado a apoiar os setores exportadores afetados pelo tarifaço imposto, por razões ideológicas, pelo presidente Trump.

Inicialmente, os empresários brasileiros contarão com R$ 30 bilhões por meio de créditos subsidiados, prazos maiores para pagamento de impostos e outros benefícios adicionais.

A cerimônia de anúncio contou com a presença de diversos empresários e políticos, prestigiando o presidente Lula, que, de certo modo, se fortalece para buscar o quarto mandato presidencial no próximo ano, ajudado, ironicamente, pela família Bolsonaro e por Donald Trump. É aquela velha máxima: quem tem amigos como a família Bolsonaro e Trump não precisa de inimigos. É risível essa gente!


Campos lidera contratações em serviços impulsionado pela safra sucroalcooleira em junho de 2025

 

Saíram os números da empregabilidade do setor de prestação de serviços do Norte Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, segundo o CAGED, um território que abriga dois grandes investimentos: a Petrobrás e o Porto do Açu. Uma região rica.

A economia de Campos foi a que mais gerou empregos formais em junho, tanto em 2024 quanto em 2025, impulsionada, obviamente, pela safra sazonal do setor sucroalcooleiro. Apesar das limitações já conhecidas, ainda possui potencial para criar vagas de forma pontual.

Por outro lado, a única economia que apresentou saldo líquido negativo no emprego foi a sanjoanense, em junho de 2024, como mostra o gráfico. Mesmo com os investimentos do porto, o resultado deixou a desejar.

Assim, em junho de 2025, a região teve bom desempenho no segmento de serviços, com destaque para o mercado de trabalho campista, que abriu 504 postos a mais. Isso é muito positivo.

 


quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Queda da inflação em julho, liderada pela alimentação, abre espaço para corte da Selic

 

O gráfico acima mostra a evolução da inflação brasileira entre janeiro e julho de 2024 e 2025, permitindo ao leitor verificar como o índice recuou. De fato, estava em um nível elevado, mas, com a taxa de juros exorbitante praticada pelo Banco Central (BACEN) dentro de uma política monetária extremamente austera, não havia outra alternativa senão a redução.

Agora, analisemos a inflação de julho de 2025, divulgada ontem pelo IBGE. O índice ficou em 0,26%, abaixo das expectativas do mercado, que projetava algo acima de 0,30%. Também foi inferior ao resultado de junho, de 0,24%, conforme se observa no gráfico. No acumulado de 12 meses, registra alta de 5,07%, a menor desde março de 2025. Excelente notícia para o ambiente de negócios e para os trabalhadores, pois, com preços mais controlados, o poder de compra aumenta.

Em julho, o grupo alimentação e bebidas apresentou a segunda queda consecutiva, com recuo de 0,27%. A principal contribuição veio da alimentação no domicílio, com deflação de 0,69%, puxada pelas reduções da batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%).

O setor de vestuário também se destacou, com retração de 0,54%, influenciada pela queda nos preços das roupas femininas (-0,98%) e masculinas (-0,87%).

Diante desse cenário, é possível afirmar: já passou da hora de o BACEN reduzir a taxa Selic e permitir que os empresários voltem a investir com crédito mais barato, gerando renda e empregos. O Comitê de Política Monetária (COPOM) não tem mais justificativas para adiar. Tudo indica que, em dezembro, a Selic volte a cair. Na última reunião, o COPOM já deu o primeiro passo ao interromper o ciclo de alta, sinalizando uma mudança positiva.

 


terça-feira, 12 de agosto de 2025

No 1º semestre de 2025, Macaé, Rio das Ostras e São João da Barra superam Campos, que segue na lanterninha da arrecadação do ISS

 

Foi divulgada a receita do ISS proveniente das atividades econômicas de prestação de serviços, referentes ao período de janeiro a junho de 2024 e 2025, com base nos dados do TCE-RJ, para os municípios apresentados no gráfico.

Segundo os números, a arrecadação de Campos do ISS nos seis primeiros meses de 2025, comparada ao mesmo intervalo de 2024, apresentou queda de 8,02%, evidenciando a fragilidade e a baixa consistência econômica das empresas locais de serviços de menor valor agregado. Em contrapartida, Macaé registrou alta de 15,29%, impulsionada pela economia do petróleo, enquanto Rio das Ostras cresceu 22,70%, resultado da atuação de empresas instaladas na Zona Especial de Negócios (ZEN). No caso de São João da Barra, não foi possível calcular a variação, pois os dados de 2024 não estão disponíveis no site do TCE-RJ; porém, no primeiro semestre de 2025, a arrecadação alcançou R$ 107,003 milhões.

Diante desse panorama, constata-se que, no período analisado, Campos dos Goytacazes (RJ) obteve a menor receita de ISS entre os municípios avaliados. Vale ressaltar que, nesse ranking, o município permanece em último lugar, ou, como se diz popularmente, “segurando a lanterninha”,  na arrecadação do imposto.

 


segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Agricultura tem cortes de 51,05% em Campos e alta de 15,24% em Macaé

 

Segundo os dados da execução orçamentária de janeiro a junho de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024, da pasta da Agricultura, conforme o TCE-RJ, a prefeitura de Campos reduziu em 51,05% os gastos no setor,  apontado por integrantes do governo municipal como o motor do desenvolvimento econômico campista. Enquanto isso, na economia petrolífera de Macaé, os investimentos cresceram 15,24%, evidenciando o total apoio do prefeito à área.

No caso de Rio das Ostras, não houve despesas em 2024 e, em 2025, apenas R$ 10 mil foram destinados ao segmento. Já em São João da Barra, sede do Porto do Açu, não há registros no site do TCE-RJ referentes ao primeiro semestre de 2024; porém, de janeiro a junho de 2025, a aplicação ultrapassou R$ 1 milhão, superando inclusive o valor empregado por Campos, município de vocação agrícola.

Diante desses números, conclui-se que, exceto Rio das Ostras, a agricultura de Campos foi a que recebeu menos recursos no período analisado. Talvez resultado do ajuste fiscal do prefeito ou não?

 

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Geração de empregos no comércio cresce em junho de 2025 na região Norte Fluminense

 

Segundo dados do último CAGED, entre junho de 2025 e o mesmo mês de 2024, a atividade comercial na região aumentou o total de postos de trabalho, com a economia de Macaé à frente na criação de vagas com carteira assinada nos dois períodos, conforme mostra o gráfico. É uma ótima notícia.


quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Lanterninha da renda: Campos tem o pior salário médio entre os vizinhos

 

O IBGE divulgou a média salarial mensal dos trabalhadores das economias dos municípios apresentados no gráfico, os dados são de 2022. Como não poderia deixar de ser, Macaé, impulsionada pelo petróleo, lidera o ranking, seguida pela economia portuária de São João da Barra e por Rio das Ostras, que recebe os ventos da cadeia petrolífera. E Campos, como já era esperado, segura a lanterninha. É muito duro!


Empregos somem, obras param e Campos sobrevive de salários de servidores públicos e aposentadorias do INSS

 

No retrato do mercado de trabalho da economia de Campos dos Goytacazes (RJ), entre janeiro e junho de 2025, comparado ao mesmo período de 2024, constata-se, pelos dados do último CAGED, uma retração de 29,11% na criação de empregos. Em termos absolutos, isso representa a perda de 1.262 postos com carteira assinada, o que configura uma forte desaceleração da atividade econômica local, com menos oportunidades formais para os trabalhadores da cidade.

Importa salientar que, no semestre de 2025, os setores que mais puxaram a empregabilidade foram, em primeiro lugar, o de serviços; em segundo, a agropecuária; e, em terceiro, a indústria. O padrão se manteve  em 2024: o setor de serviços lidera, seguido pela agropecuária e pela indústria. Naturalmente, os serviços são impulsionados pelas rendas provenientes desses dois últimos. No caso específico de Campos, trata-se do parque industrial sucroalcooleiro, já em processo de decadência econômica, tecnológica e com baixa produtividade, o que, aliás, não é novidade para ninguém.

De janeiro a junho de 2024 e 2025, os empregos gerados pela agropecuária e indústria somaram, juntos, apenas 1.281 e 1.556, respectivamente. Seguimos aguardando os mais de 4.000 postos de trabalho que, segundo lideranças políticas e do setor, seriam criados com a safra do açúcar. Por ora, trata-se de uma grande fake news no que diz respeito aos efeitos da cana-de-açúcar sobre o mercado de trabalho. Os números falam por si.

A atual retração vivida pela economia campista no primeiro semestre de 2025 está diretamente ligada à política de austeridade fiscal adotada pelo governo Wladimir Garotinho, que promoveu cortes significativos em gastos públicos, mesmo sendo responsável pelo maior orçamento do município, um montante que se aproxima dos três bilhões de reais. E todos sabem que o governo ainda deve a fornecedores, empreiteiros e prestadores de serviços. E não é pouco. Basta observar o impacto da queda nos investimentos em obras: em 2025, a construção civil acumulou saldo negativo de 184 demissões. É a velha máxima: quando a prefeitura fecha a “boca”, a economia de Campos balança.

Outra razão importante é a fragilidade estrutural das atividades comerciais e de serviços da cidade, que, historicamente, ficam à espera de recursos injetados pela própria prefeitura. Aliás, diga-se: a economia de Campos sobrevive do funcionalismo público e de aposentados do INSS. Isso é devastador. A iniciativa privada é extremamente enfraquecida, e hoje dependemos das rendas vindas do Porto do Açu, em São João da Barra, e da Petrobras, em Macaé. E é de conhecimento geral que quem gera riqueza é a iniciativa privada, o setor público apenas acompanha ou no mínimo induz a demanda agregada através de investimentos em setores estratégicos. 

Por fim, é relevante lembrar que a conjuntura econômica de Campos é extremamente delicada, pois estamos no fim do ciclo do petróleo. O do açúcar já ficou para trás há muito tempo. Soma-se a isso um agravante: há muita gente bem remunerada na cidade, sem produzir absolutamente nada, vivendo apenas de criar narrativas falsas. É lamentável. E o pior: são sempre os mesmos. Os velhos conhecidos que, historicamente, atrapalharam o desenvolvimento de Campos.

 


terça-feira, 5 de agosto de 2025

Donald Trump: o coveiro que apressa o fim do império americano

 

Enquanto os Estados Unidos fecham sua economia por razões ideológicas, impondo aos produtos brasileiros um tarifaço sem precedentes na história das relações diplomáticas entre os dois países, que já somam dois séculos, acreditam que tal postura tresloucada de seu presidente possa influenciar o julgamento do extremista de direita Bolsonaro, algo que, certamente, não mudará em nada.

A República Popular da China, por sua vez, habilitou 183 empresas brasileiras para exportação de café, um dos produtos que não constam na lista de exceções à tarifa de 50% imposta por Mr. Trump. Trata-se de uma excelente notícia para o Brasil, para os empresários do setor e para seus trabalhadores, que terão seus empregos preservados.

Esse cenário evidencia, de forma clara, que a geoeconomia mundial se reconfigura mais rapidamente do que se imaginava, deslocando-se para o eixo asiático e deixando explícito que o império americano caminha célere para um melancólico fim, e Donald Trump será, sem dúvida, seu coveiro. É risível!

 


Economia de Campos perde força: empregos caem 17,31% em junho de 2025

 

Saiu ontem o CAGED referente a junho de 2025. De acordo com os dados sobre empregos formais no mercado de trabalho de Campos dos Goytacazes (RJ), houve queda de -17,31% na geração de postos em comparação com o mesmo mês de 2024. Para ilustrar, em junho de 2024 foram criadas 988 vagas, enquanto em junho de 2025 o saldo foi de 817 novos trabalhadores.

Como era esperado, o setor de serviços liderou a empregabilidade nos dois períodos, seguido pelo comércio. Esse desempenho está diretamente ligado ao aumento da renda local impulsionado pela safra do setor sucroalcooleiro, que, ao que tudo indica, seguirá até setembro.

Portanto, embora o saldo positivo seja uma boa notícia, o resultado de junho de 2025 ficou abaixo do registrado no ano anterior. Já a declaração de dois secretários do governo Wladimir Garotinho à imprensa local, afirmando que a economia de Campos cresceu 4% entre janeiro e maio de 2025, soa como comemoração de um índice irrelevante. A fala apenas revela o desespero de uma gestão mergulhada em grave crise fiscal e financeira, com dívidas milionárias a fornecedores e empreiteiros, tentando criar narrativa para melhorar sua imagem em meio a um cenário extremamente crítico. Reiterando: 4% de crescimento é puro desespero!

 


Por Alcimar das Chagas Ribeiro

 

A região Norte Fluminense gerou um saldo de 10,1 mil empregos no primeiro semestre do ano

 

A região Norte Fluminense gerou um saldo de 1.952 empregos em junho, número 41,56% menor em relação ao saldo gerado no mês anterior e 5,06% menor do que o saldo gerado no mesmo mês do ano anterior. Campos dos Goytacazes gerou um saldo de 817 empregos, seguido por Macaé com um saldo de 635 empregos, São Francisco de Itabapoana com uma saldo de 279 empregos e São João da Barra com um saldo de 126 empregos no mês.

No acumulado de janeiro a junho a região gerou um saldo de 10.087 empregos, liderados por Macaé com um saldo de 5.301 empregos, Campos dos Goytacazes com 3.073 empregos, São Francisco de Itabapoana com 805 empregos e São João da Barra com um saldo 533 empregos no semestre.

Setorialmente, considerando os principais municípios geradores de emprego na região (Campos, Macaé, São Francisco e São João da Barra), as atividades de serviço lideraram com a geração de 4.690 empregos no acumulado, seguido pelas atividades industrias com 2.345 empregos, das atividades agropecuárias com a geração de 1.710 empregos, das atividades de comércio com a geração de 864 empregos e da construção civil com a geração de 104 empregos no semestre.

O país gerou 1.222.591 empregos e o estado do Rio de Janeiro gerou 60.684 novas vagas no semestre.

 


segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Crise fiscal de Campos já recai sobre os mais pobres do CADÚNICO

 


Do orçamento da Assistência Social do município de Campos dos Goytacazes (RJ), estimado em R$ 109,750 milhões para este ano, a prefeitura executou apenas 48,23% entre janeiro e junho, ou seja, menos da metade no primeiro semestre.

Em relação ao comparativo entre os gastos do primeiro semestre de 2025 e o mesmo período de 2024, houve uma redução de 14,49%, o que, em valores absolutos, corresponde a R$ 52,934 milhões. No entanto, em 2024, ano eleitoral, o montante foi superior, como evidenciado no gráfico.

Dessa forma, o volume aplicado na área social em 2025, em um município com quase metade da população em situação de pobreza ou vulnerabilidade inscrita no CADÚNICO, reforça a percepção de que, diante da crise fiscal e financeira atual, a prefeitura está promovendo cortes para se ajustar à nova realidade de queda na receita corrente. Trata-se do conhecido ajuste fiscal, tão defendido pelos liberais, sobretudo quando recai sobre os mais pobres, que não têm voz para reagir.


sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Arrecadação estagnada impõe à prefeitura de Campos o ajuste que sempre evitou

 

O gráfico apresenta a estrutura resumida das principais despesas correntes e de capital da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes (RJ) de janeiro a junho de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024.

Como se observa pelos números, diante do pequeno avanço na receita total do município, que nos seis primeiros meses de 2025 cresceu apenas 4,34% em relação ao ano anterior, esse desempenho modesto é resultado da queda nas arrecadações mais relevantes, sobretudo dos royalties e participações especiais.

Diante disso, o prefeito de Campos está sendo forçado, mesmo contra sua vontade, pois é de conhecimento geral que a tradição da família Garotinho é de uso abusivo dos recursos públicos, até levar a máquina administrativa à exaustão, a adotar um ajuste fiscal rigoroso. Esse processo atinge a folha de pagamento, que apresentou uma redução discreta de 0,58% no período, bem como os gastos com juros, amortizações, investimentos e o custeio da estrutura pública.

Neste último caso, os custos fixos e variáveis, que envolvem despesas com fornecedores, empreiteiras e serviços em geral, apresentaram retração de 17,05% no primeiro semestre de 2025, comparado ao mesmo intervalo de 2024, conforme destacado no gráfico.

As variações percentuais em vermelho ilustram com clareza o esforço do governo municipal, que enfrenta sérias dificuldades para compatibilizar uma estrutura de muita despesa com a dura realidade de queda na arrecadação. Não é coincidência que, no momento, haja muitos credores sem receber. É a realidade nua e crua. Por essas e outras razões, o comércio local sente que o dinheiro desapareceu da economia da cidade. E, ao que tudo indica, essa é a razão principal.