sexta-feira, 27 de junho de 2025

Queda no desemprego em maio revela ineficácia da alta da Selic para frear a economia

 

Desemprego cai no Brasil no trimestre encerrado em maio, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua). Em abril, a taxa era de 6,6% e, em maio de 2025, ficou em 6,2%. O que contraria a expectativa dos analistas de mercado, que projetavam 6,3%. Apenas para lembrar, trata-se do menor índice registrado no mês de maio e o segundo mais baixo de toda a série histórica iniciada em 2012.

Diante desse levantamento, conclui-se que a política monetária de austeridade do Banco Central (BACEN), ao elevar novamente a Selic, atualmente em 15% ao ano, está sendo ineficaz no arrefecimento da atividade econômica. Isso porque o governo federal não abriu e não abrirá mão da sua postura fiscal expansionista. Caso seguisse o receituário da Faria Lima, dos banqueiros, desvinculando o salário mínimo do reajuste dos aposentados, reestruturando o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e implementando cortes em áreas como saúde e educação,  a desigualdade social no país certamente cresceria de forma exponencial. Isso não ocorrerá.

O que o governo Lula deseja, o Congresso Nacional, desmoralizado como está na conjuntura atual, não aprova. Entre os pontos estão a redução dos supersalários do Judiciário, dos militares e de outras categorias, bem como o corte nas emendas parlamentares, que somente neste ano somam R$ 50 bilhões. Além disso, o Congresso também se recusa a deliberar sobre a diminuição das renúncias fiscais, que ultrapassam R$ 860 bilhões concedidos ao setor produtivo nacional.

Por fim, é preciso destacar: o que esse Congresso Nacional, regiamente financiado por uma minoria de agentes econômicos e políticos abastados, pretende é eliminar de vez a parcela mais vulnerável da população brasileira. Isso é inaceitável. Cortar políticas públicas voltadas à justiça social é simples. Difícil mesmo é mexer nos privilégios do andar de cima, senhores deputados e senadores.

 


quarta-feira, 25 de junho de 2025

Decisão do governo anima o setor de álcool. Mas Campos vai deixar o cavalo passar?

 

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou hoje o aumento da proporção de etanol anidro adicionado à gasolina, que passará dos atuais 27,5% para 30%, com vigência a partir de 1º de agosto de 2025. Paralelamente, a medida também se aplica ao óleo diesel, cuja mistura com biodiesel subirá de 14% para 15%.

A iniciativa, proposta pelo governo Lula, busca atenuar os efeitos do atual cenário geopolítico, especialmente diante das consequências da guerra entre Israel e Irã, que podem impactar negativamente as importações de combustíveis. Estima-se que o preço da gasolina poderá cair R$ 0,13 por litro. Essa redução contribuirá para o controle da inflação e a recuperação do poder de compra da população. O Brasil, sem dúvida, é uma potência em fontes renováveis e matriz energética diversificada, o que é extremamente positivo.

Do ponto de vista econômico, a elevação de 27,5% para 30% na mistura pode gerar uma economia anual de R$ 760 milhões com importações de gasolina, além de provocar um aumento de 1,5 bilhão de litros na demanda por etanol. O setor sucroenergético deverá receber cerca de R$ 9 bilhões em investimentos.

Diante desse novo contexto, quem certamente tem motivos para comemorar são os usineiros do Centro-Oeste e do estado de São Paulo, regiões de destaque na produção alcooleira. Com isso, espera-se mais empregos, renda para os trabalhadores e maior lucratividade para os empresários do setor.

Por fim, uma pergunta que não quer calar: será que o setor sucroalcooleiro de Campos, que atravessa uma grave crise financeira, também será beneficiado por essa decisão? Ou seguiremos, mais uma vez, apenas assistindo o cavalo passar selado?

 


terça-feira, 24 de junho de 2025

Campos destina mais recursos à saúde do que Macaé em termos absolutos até abril

 

A execução orçamentária da saúde pública dos municípios de Campos, Macaé, Rio das Ostras e São João da Barra, conforme dados extraídos do site do TCE-RJ, de janeiro a abril de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024, demonstra uma retração dos investimentos nesse relevante segmento da Administração Pública: 5,81% em Campos, 4,80% em Macaé e 7,10% em Rio das Ostras. No caso de São João da Barra, não foi possível calcular a variação percentual, pois os números de 2024 não constam na base do TCE-RJ.

Portanto, ao analisarmos o gráfico do primeiro quadrimestre de ambos os anos, verificamos que os recursos destinados pela prefeitura de Campos à saúde municipal superaram os aplicados pela gestão de Macaé. Ou seja, o dinheiro não está faltando para o setor.

 


segunda-feira, 23 de junho de 2025

O conflito Irã-Israel: caos, petróleo e incertezas econômicas

Enquanto o mundo assiste perplexo ao incremento da guerra entre Israel e Irã, agora com a entrada no conflito dos Estados Unidos, através dos últimos ataques desferidos contra alvos de armamentos nucleares de Fordow, a economia global, que vinha numa trajetória de recuperação na conjuntura de redução da inflação, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, tudo indica que, a partir de hoje, a tendência será de muita cautela. E as políticas anti-inflacionárias entrarão num rota de desaceleração.

Há a possibilidade do Irã, conforme já anunciado, de fechar o estreito de Ormuz,  o que pessoalmente não acredito, por onde é transportado mais de 20% do petróleo da economia global. Com isso, o preço do barril tipo Brent, o mais negociado no mercado mundial, começa a entrar em trajetória altista. Isso é extremamente preocupante, tendo em vista que o petróleo é insumo estratégico do ponto de vista energético, o que poderá impactar negativamente os preços relativos das economias em geral. Poderá ocorrer elevação dos combustíveis? Essa hipótese não está descartada. Logo agora, quando a Petrobras havia reduzido os valores dos derivados.

Por outro lado, apesar da iminência do encarecimento de alguns bens e serviços na mesa do consumidor, o Brasil poderá levar vantagem nesse jogo geopolítico, em função da sua distância territorial e por dispor de grandes reservas petrolíferas. As exportações poderão trazer mais divisas para o país, dólares, e uma melhora na balança comercial, além de atrair capitais em busca de porto seguro.

Mas, de qualquer forma, com a obsessão do Banco Central do Brasil de trazer para o centro da meta a inflação com a elevação mais uma vez da Selic, que atualmente atingiu o patamar de 15%, o crescimento econômico poderá ficar comprometido no curto prazo.

Por fim, ainda é muito cedo para se fazer uma projeção otimista para os próximos dias e meses. O mercado, de maneira geral, está numa posição de observação e prudência para ver o que irá acontecer. Uma coisa eu poderia dizer com certeza: os atentados terroristas podem voltar a ocorrer de forma traumática na Europa e nos Estados Unidos, através dos lobos solitários. Espero estar enganado. E antes de encerrar: os prefeitos dos municípios petrorentistas receberão mais royalties. Não é uma boa notícia também?

 

Construção civil decepciona em São João da Barra em abril de 2025, enquanto Campos e Rio das Ostras lideram geração de empregos

 

De acordo com o CAGED de abril, o setor da construção civil em abril de 2025, comparado ao mesmo mês de 2024, apresentou uma piora no cenário da empregabilidade nos municípios de Macaé e São João da Barra. No caso de São João da Barra, terra do Porto do Açu, o saldo líquido de abril de 2025 permaneceu negativo, embora em proporção inferior à registrada no período anterior, como se observa no gráfico.

Já em Campos e Rio das Ostras, verificou-se uma recuperação das vagas nesse relevante segmento econômico. Isso é motivo de comemoração, por se tratar de uma área que gera oportunidades, em geral, para mão de obra de baixa qualificação, perfil predominante entre os que buscam emprego na região.

Portanto, a título de conclusão dentro do presente contexto numérico, o destaque na criação de postos em abril de 2025, na construção civil, coube a Campos e Rio das Ostras. Por outro lado, São João da Barra representou a grande decepção.


segunda-feira, 16 de junho de 2025

Com menor população, São João da Barra destina quase R$ 16 milhões à assistência social no 1º quadrimestre, mais que o triplo do valor aplicado por Rio das Ostras

 

O gráfico apresenta a execução orçamentária da Assistência Social das prefeituras de Campos, Macaé, Rio das Ostras e São João da Barra, de janeiro a abril de 2024 e 2025, segundo o site do TCE-RJ. Como se verifica, no caso de Campos, os gastos se elevaram no primeiro quadrimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024 em 0,16%; em Macaé, observou-se nesse mesmo recorte temporal uma redução de 6,72%; em Rio das Ostras, também houve queda de 2,64%; e em São João da Barra não foi possível calcular a variação percentual, pois os dados de 2024 não estão informados no site do TCE-RJ.

O que chama atenção nesse cenário são os valores absolutos destinados à política social de São João da Barra, muito superiores aos de Rio das Ostras, município com população superior a 168 mil habitantes, enquanto São João da Barra conta com pouco mais de 38 mil moradores, conforme o IBGE. Porém, São João da Barra possui cerca de 70% da população inscrita no CadÚnico, o que talvez justifique os recursos expressivos alocados na área social, ao contrário de Rio das Ostras, que tem no CadÚnico 38,55% de seus habitantes.

Portanto, aí estão os dados relativos à política social desses municípios, que apresentam elevado índice de pobreza na região Norte Fluminense.


sexta-feira, 13 de junho de 2025

Municípios ficam mais pobres enquanto políticos sustentam narrativas fantasiosas

 

Apesar de o CadÚnico ter sido modernizado para facilitar o acesso aos usuários, a pobreza,  ou o número de vulneráveis sociais, também cresceu em maio de 2025 nos municípios apresentados no gráfico. Por coincidência, são justamente os que possuem os maiores orçamentos públicos da região Norte Fluminense. Além disso, é importante lembrar que esse território abriga dois grandes investimentos de alcance internacional: a Petrobras e o Porto do Açu.

Em relação a Campos, a pobreza aumentou 0,37%; em Macaé, 2,07%; em Rio das Ostras, 2,19%; e em São João da Barra, 1,9%, quando comparados os dados de maio de 2025 aos de março do mesmo ano. Embora o crescimento pareça pequeno, como muitos dirão, trata-se de algo imoral. Estamos falando de uma região com renda per capita elevada e riqueza extremamente concentrada em poucas famílias.

Enquanto isso, os prefeitos dessas cidades e seus vereadores seguem com discursos enganosos, vendendo uma imagem de cidade que só existe por meio da mídia amiga do poder e de suas redes sociais.

Portanto, o cenário atual é alarmante. Vale destacar que os dados de abril não estão disponíveis no site do Ministério da Cidadania, razão pela qual utilizamos o comparativo entre maio e março.