MOMENTO DE CATARSE
As prisões de dois ex-governadores do Estado
do Rio de Janeiro em menos de vinte quatro horas, leva a sociedade fluminense,
obrigatoriamente, ao momento profundo de reflexão, sobretudo, dois ex- governadores
que fizeram parte do mesmo grupo político por muitos anos.
Ocorrem nestas prisões o misto de
alegria e de tristeza. Alegria por saber efetivamente que às instituições
brasileiras começam a se fortalecer ainda que timidamente, mas, de qualquer
forma, pode-se considerar na atual conjuntura política e social, tais prisões
como significativo avanço institucional.
No estado, cuja hegemonia das forças políticas,
sempre foi a de se servirem em detrimento das políticas públicas implementadas
na área da saúde, da educação, da segurança, do transporte e da Ciência e
Tecnologia. Ter no dia de hoje dois ex-governadores na cadeia constitui exemplo,
implacável, de que existe uma luz de esperança de transformação social ao final
do túnel. A impunidade em relação aos algozes do povo travestidos de ovelha,
parece está chegando ao seu final. Que Bom!
Se o estado do Rio de Janeiro, atualmente,
encontra-se imerso numa crise financeira e fiscal sem precedentes, o débito
desta conta deverá ser feito às gestões desses dois ex-governadores, sem esquecer,
claro, da gestão desastrosa, duvidosa, sem transparência, do atual governador
Pezão, co-responsável por todos os desmandos do governo realizado pelo seu
padrinho político Sergio Cabral e a sua administração temerária, corrupta e
elitista. A serviço dos grandes grupos
econômicos, aves de rapina dos cofres públicos e alvo das petições de propinas do
Cabral e a sua gang, como acaba de comprovar a justiça federal.
Dentro deste contexto, relevante salientar de
forma inesquecível, o primeiro erro estrutural desfechado contra os servidores
públicos, diz respeito, ao cometido no governo do ex-governador Garotinho,
quando numa ação administrativa, criou o RIOPREVIDÊNCIA. Na ocasião se vinculou a
fonte de receita dos royalties, a despesa fixa do pagamento dos aposentados e dos
pensionistas. Algo inusitada e repudiável por qualquer agente conhecedor da administração
pública. Nunca se atrela uma fonte de receita, na qual, o administrador não
possui supremo controle sobre ela, como no caso em tela, os royalties, por
serem consideradas pela literatura do ramo, receitas erráticas ou variáveis,
cujo objetivo, deverá ,via de regra, aportá-las aos investimentos, jamais ao
custeio fixo. A despeito da aludida operação financeira ter sido festejada pelo
à época governador Garotinho, sob o bafejo
e autorização do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.
Agora, esta solução milagrosa, de
curto prazo, explode sobre a folha dos servidores públicos em geral, quando o
estado com o seu fluxo de caixa estrangulado, em virtude da elevação das despesas conjugadas com a queda das
receitas públicas, decorrente, seja da queda do preço do petróleo, seja pelas isenções
fiscais concedidas às empresas, seja em
virtude da recessão no país. O servidor está com o seu salário atrasado, as
suas contas em desequilíbrio, além, da falta de créditos nos bancos e no
comércio em geral.
Por estas e outras razões que não
cabem aqui salientar. Afirmo e comemoro efusivamente, o momento de catarse, “purificação”, “evacuação” ou “purgação”,
que passa o Rio de Janeiro, com a prisão
dos dois ex-governadores por enquanto. Viva a democracia, viva a redução da
impunidade no nosso Brasil varonil!
Nenhum comentário:
Postar um comentário