O Banco Central do Brasil
(BACEN) elevou ontem a taxa Selic para 13,25%. Anteriormente, ela estava em
12,25%, representando um aumento de um ponto percentual. O "remédio
amargo" da austeridade monetária está de volta, preparem-se, povo
brasileiro.
Esse cenário de elevação
dos juros tem como objetivo conter a espiral inflacionária. Com o aquecimento
da economia nacional, a inflação ultrapassou a meta pré-fixada pelo BACEN,
gerando preocupações entre as autoridades monetárias.
A inflação é um fenômeno
monetário extremamente prejudicial, que pode ser metaforicamente comparado a um
imposto sobre a renda, afetando principalmente os trabalhadores assalariados.
Esses, por sua vez, assistem de forma impotente à perda de seu poder
aquisitivo, à medida que os preços dos bens e serviços sobem.
Não podemos, de forma
alguma, aceitar o retorno da inflação, especialmente em um país como o Brasil,
que já viveu momentos críticos devido à hiperinflação do passado. Nesse
contexto, os mais prejudicados são sempre os trabalhadores, que não possuem
mecanismos para se proteger da desvalorização da moeda. Já as classes mais
abastadas recorrem às aplicações financeiras oferecidas pelo sistema bancário
para preservar seus ativos.
Neste início de 2025, o
cenário econômico não é animador. A Selic elevada encarece o crédito, reduzindo
o consumo e os investimentos. Esse quadro pode resultar em majoração do
desemprego — um problema social sério, embora a taxa atual esteja em 6% ao ano,
bem abaixo dos 14% registrados no governo Bolsonaro.
Além disso, outro fator
que pressiona a inflação é a alta do preço dos combustíveis, previsto para
1º de fevereiro de 2025. Esse reajuste impacta diretamente os preços relativos
da economia, agravando ainda mais o crescimento inflacionário, uma situação
delicada, para não dizer grave.
Portanto, é fundamental
lembrar que ninguém deseja a volta da inflação, pois todos perdem com ela. No
entanto, fazer ajuste fiscal apenas por meio do controle das despesas públicas,
sem atacar privilégios, é inaceitável. Em dezembro de 2024, vimos exatamente
isso acontecer, quando a política de ajuste afetou somente a regra de
atualização do salário mínimo, penalizando ainda mais a população mais pobre.
O peso do arrocho monetário
recai sempre sobre os mais vulneráveis. É necessário combater os supersalários
da administração pública e os generosos subsídios concedidos a determinados
setores econômicos. Muitos defendem o liberalismo apenas quando seus próprios
interesses não são afetados, mantendo-se, assim, dependentes dos recursos públicos.
Agora tudo faz sentido!
Por fim, o gráfico acima
ilustra a evolução da inflação e da taxa Selic de janeiro de 2023 a janeiro de
2025.