Enquanto o mundo assiste perplexo ao incremento da guerra entre Israel e Irã, agora com a entrada no conflito dos Estados Unidos, através dos últimos ataques desferidos contra alvos de armamentos nucleares de Fordow, a economia global, que vinha numa trajetória de recuperação na conjuntura de redução da inflação, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, tudo indica que, a partir de hoje, a tendência será de muita cautela. E as políticas anti-inflacionárias entrarão num rota de desaceleração.
Há a possibilidade do Irã, conforme já anunciado, de fechar o estreito de Ormuz, o que pessoalmente não acredito, por onde é transportado mais de 20% do petróleo da economia global. Com isso, o preço do barril tipo Brent, o mais negociado no mercado mundial, começa a entrar em trajetória altista. Isso é extremamente preocupante, tendo em vista que o petróleo é insumo estratégico do ponto de vista energético, o que poderá impactar negativamente os preços relativos das economias em geral. Poderá ocorrer elevação dos combustíveis? Essa hipótese não está descartada. Logo agora, quando a Petrobras havia reduzido os valores dos derivados.
Por outro lado, apesar da iminência do encarecimento de alguns bens e serviços na mesa do consumidor, o Brasil poderá levar vantagem nesse jogo geopolítico, em função da sua distância territorial e por dispor de grandes reservas petrolíferas. As exportações poderão trazer mais divisas para o país, dólares, e uma melhora na balança comercial, além de atrair capitais em busca de porto seguro.
Mas, de qualquer forma, com a obsessão do Banco Central do Brasil de trazer para o centro da meta a inflação com a elevação mais uma vez da Selic, que atualmente atingiu o patamar de 15%, o crescimento econômico poderá ficar comprometido no curto prazo.
Por fim, ainda é muito cedo para se fazer uma projeção otimista para os
próximos dias e meses. O mercado, de maneira geral, está numa posição de
observação e prudência para ver o que irá acontecer. Uma coisa eu poderia dizer
com certeza: os atentados terroristas podem voltar a ocorrer de forma
traumática na Europa e nos Estados Unidos, através dos lobos solitários. Espero
estar enganado. E antes de encerrar: os prefeitos dos municípios petrorentistas
receberão mais royalties. Não é uma boa notícia também?
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