segunda-feira, 15 de julho de 2024

Campos, com mais de vinte mil universitários, apresentou saldo negativo nas contratações de trabalhadores com curso superior em 2023

 

Análise da empregabilidade de trabalhadores com curso superior em Campos, Macaé, Rio das Ostras e São João da Barra no ano de 2022 e 2023


O gráfico apresenta o saldo líquido do quantitativo de trabalhadores com curso superior contratados nos anos de 2022 e 2023, em Campos, Macaé, Rio das Ostras e São João da Barra, segundo os dados publicados pelo CAGED.

Em relação à economia de Campos, em 2022, o saldo líquido de contratados foi de 244 e, em 2023, ficou negativo em 32. No caso de Macaé, em 2022, as contratações atingiram o patamar de 944 trabalhadores e, em 2023, chegaram ao número de 1.084. Em Rio das Ostras, observou-se um saldo líquido de 55 trabalhadores em 2022 e de 185 em 2023. Já a economia de São João da Barra criou mais postos de trabalho com curso superior em 2022, com um saldo líquido de 181 empregos, e em 2023, as contratações se restringiram a apenas 21 empregos formais.

Pode-se depreender dessa estatística sobre a empregabilidade de recursos humanos com maior qualificação que, em Macaé, por ser a sede da indústria de petróleo e gás da região, tal segmento econômico requer, por natureza, uma mão de obra mais qualificada nas suas atividades. O mesmo se aplica a Rio das Ostras, onde, em razão da Zona Especial de Negócios (ZEN), as empresas instaladas buscam trabalhadores com melhor formação. Em São João da Barra, devido ao Porto do Açu, as atividades econômicas na retroárea portuária geralmente absorvem aqueles que possuem curso superior, obviamente por terem maior produtividade, apesar do saldo líquido de 2023 da economia sanjoanense ser muito pequeno. Isso é preocupante.

No que tange a Campos, o cenário parece delicado. Ao vislumbrar o gráfico de 2023, identifica-se que a economia local, em vez de contratar, eliminou 32 trabalhadores com curso superior. Essa situação é negativa. Além disso, é relevante destacar que, majoritariamente, a força de trabalho da economia de Campos é composta por trabalhadores no setor de serviços de baixa remuneração, que não exige tanta qualificação para serem admitidos e desenvolverem suas atividades laborais. Apenas para deixar claro, o nosso município tem hoje uma economia de serviços de baixo valor agregado, que a cada dia se fortalece nesse segmento.

Por fim, é importante ressaltar que a cidade de Campos possui hoje mais de vinte mil alunos que estudam no polo universitário, composto por instituições de ensino superior públicas e privadas. Em 2022, as contratações de mão de obra de nível superior totalizaram um saldo líquido de somente 244, e em 2023 o saldo ficou negativo. Isso quer dizer que estamos diante de um paradoxo: os alunos que aqui se formam não estão sendo absorvidos pelo sistema econômico municipal. Isso é muito intrigante. Acende-se então a luz amarela, ou não?

 

 


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