O papel do setor sucroenergético na geração de emprego em Campos e SFI
A importância do setor sucroenergético na geração de emprego formal pode ser observada no resultado da relação entre o saldo gerado de emprego no setor agropecuário no inicio da safra (maio ou junho) no saldo total, comparativamente, a participação relativa do vinculo ativo do mesmo setor no emprego total anualmente.
Analisamos os municípios de Campos dos Goytacazes e São Francisco de Itabapoana no período de 2005 a 2022. No exempo de Campos dos Goytacazes, segundo a figura a seguir, em 2005 o saldo de emprego gerado no setor agropecuário em maio representou 80,49% do saldo de emprego total no mesmo mês, enquanto no final do ano a participação do vinculo ativo do mesmo setor atingiu 6,37% do vínculo total. Em 2010 as mesmas relações foram de 41,8% na safra para 2,42% no vinculo ativo no final do ano; em 2015 estas mesmas relações foram de 161,15% para 1,73%; em 2019 foram de 63,34% para 2,08%; em 2020 foram de 47,04% para 2,17%; em 2021 foram de 59,87% para 1,77% e em 2022 foram de 34,66% para 2,08%.
As taxas de participação em São Francisco de Itabapoana são maiores porque refletem uma maior concentração da atividade frente aos outros setores no município. Veja imagem a seguir:
Importante observar que o emprego no setor agropecuário, no inicio da safra, provoca uma dinâmica econômica importante, já que se espraia para a indústria, serviços e comércio. Entretanto como ocorre em condições de sazonalidade, no final do ano, a mesma dinâmica desaparece com o desmonte da atividade depois da safra.
O estudo quer mostrar que o setor funcionando em condições de sazonalidade, com baixa produtividade no cultivo e oferta limitada da matéria prima para atender a demanda atual da indústria, é um problema que coloca o setor em condições de estrema vulnerabilidade.
Na contribuição para o problema, o Núcleo de Pesquisa Econômica do Rio de Janeiro – NUPERJ, está desenhando uma modelagem para o negócio. Conceitualmente, o foco é na reestruturação produtiva da cana de açúcar, cujo planejamento considera a ação coletiva (rede flexível) no processo produtivo em busca da aceleração da produtividade, redução de custos e aumento da competitividade. Um segundo elemento é a governança com objetivos de eliminar os obstáculos existentes e proteger os pequenos produtores. A estrutura de planejamento ainda considera a necessidade de avanço tecnológico, negociação com fornecedores, identificação de recursos de capital com custos compatíveis com a viabilidade do negócio, modernização da infraestrutura e logística e construção das condições de sustentabilidade para os setor no médio e longo prazo.
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