Na
entrevista veiculada pelo Jornal Estado de São Paulo no dia 9 de outubro de
2022. O economista Mauro Osório faz algumas observações, sobre o
desenvolvimento econômico do estado do Rio de Janeiro, como veremos abaixo.
Baseado
em dados do mercado de trabalho e da arrecadação tributária, o aludido
economista afirma que em sete anos de funcionamento o Porto do Açu tem
impulsionado a economia de São João da Barra, cidade de 36,7 mil habitantes e
que cedeu quase 30% do seu território ao megacomplexo. Todavia, ele diz que
isso não é suficiente para levar o desenvolvimento econômico para a região.
No
ensejo, destaca que de 2006 a 2020 a época que iniciaram as obras do megaporto,
os empregos formais saltaram 180%, inclusive, foi o maior crescimento entre
todas as cidades do estado do Rio de janeiro.
E, entre
2014 o último ano antes de o complexo portuário começar a funcionar e julho de
2022 foram 2.875 empregos formais criados em São João da Barra.
Agora,
no que diz respeito à receita corrente. Em 2021 a cidade registrou a maior
arrecadação tributária per capta de ISS entre todos os municípios do Rio. Diante
disso, ressalta Mauro Osório: “para o município, o porto teve benefício, mas a
cidade é pequena, temos de pensar de forma ampla”.
Outro
ponto relevante levantado por Osório refere-se ao seguinte. A geração de
empregos localizada não é sinal de desenvolvimento econômico, pois baseado no
CAGED, ele afirma que no período de 2014 a julho de 2022 considerando todas as
cidades do Norte Fluminense, o saldo de empregos formais ficou negativo e o
quantitativo de 19.641 vagas eram fechadas, na contramão do desempenho de São
João da Barra.
Em sua análise sobre a economia regional
Osório tem chamado à atenção, nos últimos anos, para o impacto negativo das
sucessivas crises políticas e de gestão pública sobre o desenvolvimento
econômico do Rio.
Acrescenta
ele: os dados do IBGE mostram que de 1970 a 2019 o peso do Rio na economia
brasileira afundou, passando de 16,7% do Total do PIB para 10,6%, Osório culpa
a desindustrialização pelo movimento.
E,
vai além: “mesmo a indústria de petróleo e gás não espalha desenvolvimento
econômico – a maior parte dos fornecedores da Petrobrás está fora do Rio, diz o
economista”.
Por fim, salienta que, o projeto do Açu seria uma oportunidade para induzir o
desenvolvimento econômico local, mais o governo precisaria reestruturar seus
corpos técnicos para trabalhar nesse planejamento. Essa atuação seria
necessária para definir, por exemplo, se o melhor não seria investir na
construção de uma conexão de ferrovia completa para o Porto, mesmo que ainda
não haja demanda para tanto no complexo portuário. Perfeito
Nenhum comentário:
Postar um comentário