O Comitê
de Política Monetária (COPOM) do Banco Central elevou a taxa de juros Selic que
estava em 2% ao ano para 2,75%, no dia de ontem, sob a alegação de que a inflação
brasileira, já extrapola a meta inflacionária pré-estabelecida por ele de 3,75%
ao ano.
Tal majoração
ocorre exatamente numa conjuntura em que a economia brasileira não consegue
sair da recessão econômica, e tudo indica, após a elevação da Selic, o quadro
econômico pode se agravar, ainda mais, devido ao encarecimento do crédito para
empresas que, desejam investir em algum projeto, aquecendo, com isso, o nível
de atividade econômica.
Pois
o empresariado do país anda profundamente preocupado com o nível de incerteza
que ronda a economia brasileira, e nesta situação, a tendência é o capital se
recolher esperando, assim, um momento mais oportuno e de baixo risco.
Por
outro lado importa salientar, a inflação que hoje atormenta a vida do povo
brasileiro, constitui-se numa inflação de custos. Em virtude do aumento dos
preços dos combustíveis, onde eles são transportados na sua imensa maioria por
caminhões, aliado, todavia, a um choque de oferta, decorrente da falta de alimentos
básicos para a população, no mercado interno, por conta da desvalorização do
real em relação ao dólar, cujos efeitos de curto e médio prazo é o crescimentos
da curva das exportações de bens e serviços.
E,
se o governo federal estivesse, investindo nos estoques reguladores de
alimentos, abandonados pela equipe econômica de Paulo Guedes, por não acreditarem
nesse tipo de política pública, devido à crença deles, na auto- regulação do
mercado, onde todos nós sabemos ser uma quimera de laboratório dos economistas
liberais, certamente, a nossa realidade seria outra. O Estado poderia muito bem
está equilibrando o mercado de alimentos e a população mais pobre não sofreria
tanto com a perda de renda, obviamente, aqueles trabalhadores que ainda estão
empregados.
Por
fim, quero dizer o seguinte: a política monetária restritiva do Banco Central
(aumento da taxa de juros) será, sim, um tiro pé. Porque, nessa conjuntura de
crise econômica, social e sanitária extremamente profunda vivida pelo Brasil. À
única saída viável são as políticas anticíclicas, como por exemplo, a redução
dos juros e o aumento do gasto público, caso contrário, a economia ficará
patinando, na ilusão da decadente e anacrônica política macroeconômica de Paulo
Guedes e do Presidente do BACEN, Roberto Campos Neto. Ambos são lacaios do
capital financeiro da Avenida Faria Lima em São Paulo. O aumento dos juros é a
alegria dos banqueiros, em detrimento do capital produtivo gerador de empregos,
de renda e impostos. Que decepção!
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