segunda-feira, 2 de novembro de 2020

O que realmente acontecerá depois do segundo turno da eleição campista?

 




Quando se assisti aos programas eleitorais dos candidatos a prefeito do nosso município, e, observamos, as suas promessas, para resolverem os problemas que afligem a população do ponto de vista social e econômico.  Parece que eles continuam com a prefeitura rica do passado na cabeça, quando o orçamento fiscal ultrapassava a casa dos dois bilhões e meio de reais, impulsionados na sua maior proporção, pelas rendas finitas dos royalties e das participações especiais.

Todavia, de acordo com os respectivos discursos proferidos, há solução para o desemprego crescente, a despeito da recessão econômica nacional, juntamente, com a precariedade dos serviços prestados a população, no que tange a saúde, a educação, ao transporte público. Há alternativas para mobilidade urbana, o desenvolvimento econômico e a assistência social. Com isso, observo que essa é realmente a cidade ideal e dos sonhos desenhada pelos postulantes ao cargo de prefeito na televisão.

Só que, infelizmente, o que espera pelos futuros mandatários, é uma prefeitura, considerada, ainda, como detentora de um dos maiores orçamentos do país, porém, inteiramente comprometido, seja com a folha de pessoal, a dívida corrente e futura e, além do mais, com os interesses de grupos econômicos, refletidos, nos contratos milionários de prestação de serviços em algumas áreas estratégicas da municipalidade. E, sem contar no ensejo, com a possiblidade deles encontrarem a folha do décimo terceiro salário do servidor atrasada, e alguma outra passada, por insuficiência real de recursos financeiros.  Talvez, esse modelo citadino se aproxime mais da nossa realidade. 

Por sua vez, tal conjuntura, certamente, exigirá, do futuro alcaide, uma imensa capacidade de articulação política, com os segmentos organizados da sociedade civil, como a guisa de exemplo, os sindicatos de trabalhadores, as universidades, as igrejas, os clubes de serviços e os empresários. Para saber deles, efetivamente, como vamos sair juntos desse momento de crise fiscal e financeira da prefeitura, uma instituição que possui vinte mil servidores públicos, querendo ou não, eles mexem com toda a estrutura econômica local, devido à massa salarial que recebem. E, no momento, em que essa máquina deixa de consumir, os impactos são nefastos, sobre o mercado de trabalho, na agricultura, na indústria, no comércio e no setor de serviços.

Portanto, o que acontecerá depois do segundo turno da eleição campista, ainda não sabemos, é uma grande incógnita. Porque os candidatos não apresentaram um plano de recuperação fiscal exequível, destinado a equilibrar relativamente, as contas públicas da prefeitura, visando abrir espaço no orçamento, para, com isso, recuperar a capacidade de investimento público, e terminar as obras inacabadas, espalhadas por todo o município e construindo outras. Aí, sim, o novo prefeito terá condição de gerar emprego, renda e tributo, fomentando, toda a cadeira de produção do mercado da construção civil, desde a matéria prima da indústria da cerâmica campista, até o mercado final. Sem esquecer, obviamente, da agricultura. Aliás, em relação a esse setor todos os candidatos prometem dá atenção. Vamos aguardar agora o mês de janeiro chegar!

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista


Artigo publicado no dia 1° de novembro de 2020 no Site Ururau


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