quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Argentina, a bola da vez!










A Argentina enfrenta uma das suas piores crises econômicas nos últimos tempos. O presidente Maurício Macri que há quatro anos assumiu os destinos do país com a promessa de debelar a sanha do tigre inflacionário, que corroía o poder de compra dos salários dos trabalhadores e na atual conjuntura já ultrapassa o patamar de 50% ao ano, adotando o receituário ortodoxo liberal.

Após três anos de governo, não cumpriu as promessas econômicas de ajuste fiscal feitos na campanha eleitoral à sociedade portenha.  A partir de agora, Macri, se vê obrigado a se render a intervenção do estado no sistema econômico, tão condenada por ele e seus seguidores.

Assim, na última semana de agosto de 2019, por exemplo, tomou uma das medidas mais radicais que um chefe de Estado afinado à doutrina neoliberal poderia tomar. Promover a limitação ou a restrição das remessas de lucros das empresas multinacionais, cujo objetivo maior será o de manter o lucro desses agentes econômicos, restrito às fronteiras geográficas do país, para tentar irrigar e dinamizar a economia. Tal medida levou o mercado financeiro a arrancar os cabelos, pois feriu, frontalmente, os princípios mais sagrados da doutrina liberal.

Com isso, os analistas políticos, que vinham dando a chapa Fernandez e Cristina Kirchner como virtuais vencedores na próxima eleição presidencial, depois deles vencerem com relativa folga as eleições primárias, agora, identificam, no cenário eleitoral, a possibilidade real de vitória.

Em razão desse quadro desfavorável ao mercado, seja o de bens e serviços, seja o de mercado financeiro, acabou provocando nos investidores institucionais, como os fundos de pensões europeus e americanos, aumento da aversão ao risco de investir nos ativos argentinos.

Diante desse triste contexto, pode-se afirmar sem medo de errar, que as dificuldades da população argentina, principalmente a dos mais pobres, só tendem a piorar. E a Argentina, tudo indica, será sim a bola da vez no que tange a sua falência econômica e social. Por ora, vamos aguardar os próximos capítulos da crise dos hermanos. 
  

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