A
Argentina enfrenta uma das suas piores crises econômicas nos últimos tempos. O
presidente Maurício Macri que há quatro anos assumiu os destinos do país com a
promessa de debelar a sanha do tigre inflacionário, que corroía o poder de
compra dos salários dos trabalhadores e na atual conjuntura já ultrapassa o
patamar de 50% ao ano, adotando o receituário ortodoxo liberal.
Após
três anos de governo, não cumpriu as promessas econômicas de ajuste fiscal
feitos na campanha eleitoral à sociedade portenha. A partir de agora, Macri, se vê obrigado a se
render a intervenção do estado no sistema econômico, tão condenada por ele e seus
seguidores.
Assim,
na última semana de agosto de 2019, por exemplo, tomou uma das medidas mais
radicais que um chefe de Estado afinado à doutrina neoliberal poderia tomar. Promover
a limitação ou a restrição das remessas de lucros das empresas multinacionais,
cujo objetivo maior será o de manter o lucro desses agentes econômicos, restrito
às fronteiras geográficas do país, para tentar irrigar e dinamizar a economia.
Tal medida levou o mercado financeiro a arrancar os cabelos, pois feriu,
frontalmente, os princípios mais sagrados da doutrina liberal.
Com
isso, os analistas políticos, que vinham dando a chapa Fernandez e Cristina
Kirchner como virtuais vencedores na próxima eleição presidencial, depois deles
vencerem com relativa folga as eleições primárias, agora, identificam, no
cenário eleitoral, a possibilidade real de vitória.
Em
razão desse quadro desfavorável ao mercado, seja o de bens e serviços, seja o de
mercado financeiro, acabou provocando nos investidores institucionais, como os
fundos de pensões europeus e americanos, aumento da aversão ao risco de
investir nos ativos argentinos.
Diante
desse triste contexto, pode-se afirmar sem medo de errar, que as dificuldades
da população argentina, principalmente a dos mais pobres, só tendem a piorar. E
a Argentina, tudo indica, será sim a bola da vez no que tange a sua falência
econômica e social. Por ora, vamos aguardar os próximos capítulos da crise dos
hermanos.
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