Os riscos da dependência aos royalties da Bacia de Campos
A Bacia petrolífera de Campos (pós sal), depois de gerar uma substancial dependência econômica nos municípios chamados produtores de petróleo das regiões Norte Fluminense e Baixada Litorânea, vem sofrendo um importante declínio que é imperceptível aos olhos desses gestores públicos. É como se fosse uma doença sem sinais que, quando descoberta, provoca a morte imediata. Esse é o futuro dos mesmos municípios.
Olhando os dados da região Norte Fluminense, em janeiro desse ano, identifica-se uma queda média na arrecadação dos royalties de 22% em relação a dezembro último. Já na comparação entre janeiro de 2019 e janeiro de 2014, ano da crise no setor que derrubou pela metade o preço do barril de petróleo, observa-se uma queda nominal de 11,01% no período.
Interessante é que enquanto a região perde receita, o estado tem um incremento nominal de 29,27% e o valor total distribuído ao conjunto dos municípios no país também cresce 27,70% no mesmo período. O que isso representa? A evolução do-pré sal na Bacia de Santos que beneficia Maricá e Niterói no Rio de Janeiro e não beneficia a região Norte Fluminense, claramente acomodada as rendas fáceis de petróleo. Vejam que em janeiro de 2014 a mesma região tinha uma participação de 23,35% na arrecadação do conjunto dos municípios do país, enquanto que em janeiro de 2019 a mesma participação encolheu para 16,26% do total.
Fica evidente que algo precisa ser feito e com urgência, mas infelizmente esses gestores parecem ter problemas com o conhecimento técnico. Não querem nenhuma aproximação com a academia, a não ser no discurso, e se negam a ouvir técnicos que tem informações e podem diagnosticar mais precisamente o problema. Fica a dica!
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