terça-feira, 14 de março de 2017


Royalties + Participações Especiais em valores reais, corrigidos pelo INPC - Campos dos Goytacazes - 1999 a 2017


Fonte: Inforoyalties-UCAM

 Mar de Dinheiro

O município de Campos dos Goytacazes durante o ciclo do petróleo, vigente no período circunscrito, ao ano de 1999 ao ano de 2017, recebeu de royalties e das participações especiais, ressalta-se, apenas, numa fonte de receita o valor real financeiro de R$ 18,702 bilhões. O aludido recorte de tempo representa mais de uma década e meia.

O fluxo de renda circulante na economia local pode-se dizer baseado nos dados acima foram significativos. Nem por isso conseguiu-se a reversão do quadro socioeconômico municipal, carente dos elementares e essenciais serviços básicos ofertados a população, como o sistema de transporte digno, a saúde e a educação de qualidade. Sem falar na possibilidade da diversificação econômica municipal, cuja estrutura produtiva de extrativismo vegetal e mineral, continua inalterada, para uma economia local com base num sistema econômico pautado na inovação tecnológica, em virtude da existência dentro das fronteiras municipais de instituição de ensino de excelência, que tanto poderia contribuir com o desenvolvimento econômico local.

 A variável principal e de difícil acesso, o dinheiro, no intuito de iniciar o processo de diversificação da economia, nunca foi obstáculo, as escolhas das prioridades por outras vertentes, como a expansão da estrutura física da prefeitura, sem planejamento, sim, considera-se como grande problema, sobretudo no cenário em que o dinheiro acabou.

Inadmissível, saber que após tanto recurso da indenização decorrente das commodities, o petróleo, ainda vive-se dentro do deplorável contexto de fechamento de 649 estabelecimentos econômicos, na sua maioria atrelado ao segmento da atividade comercial.

Atribuem-se, por sua vez, o quadro de decadência econômica de Campos, a recessão na economia nacional do ano de 2015 e a do ano de 2016. Em parte as atividades econômicas foram afetadas por este fenômeno econômico. Entretanto, o quadro poderia ser outro, se o dever de casa  fosse feito efetivamente. Faltou aplicação responsável e planejada dos recursos que estiveram a nossa disposição.

Os gestores municipais do período de 1999 a 2017, infelizmente, se preocuparam somente no projeto de poder político e pessoal, em detrimento da intrépida Campos dos Goytacazes, sem querer entrar no mérito de cada um deles.

Por conta disto, agora, vive-se, o momento da ressaca e lamúrias dos áureos tempos.  Não se deve olhar para trás. A saída viável passa por repensar o município dentro de uma perspectiva de desenvolvimento endógeno. Reestruturar o que resta do setor produtivo, no sentido de atender a demanda de bens e serviços das empresas do grande projeto implantado no município de São João da Barra, o Porto do Açu.

 Atualmente, a economia de Campos e muito menos a de São João da Barra, são destituídas de condição de oferecer os seus produtos a qualquer empresa que se instalem no distrito industrial do Açu. Chegou a hora de pensar grande. Afinal de contas acabou o dinheiro ou não?             

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