ORÇAMENTOS DA SECRETARIA DE SAÚDE DE 2006 A 2015 EM VALORES REAIS A PREÇOS DE 2015 R$ (IPCA)
ANO | Valores Reais - (R$) Milhões- IPCA 2015 |
2006 | 455.659.164,47 |
2007 | 386.814.101,42 |
2008 | 347.747.377,50 |
2009 | 426.566.822,25 |
2010 | 605.907.978,11 |
2011 | 648.047.320,65 |
2012 | 667.146.998,92 |
2013 | 548.712.478,57 |
2014 | 769.710.900,08 |
2015 | 479.901.241,91 |
Total | 1.897.120.363,14 |
A tabela e o gráfico acima retratam os
gastos efetivos financeiros (dotações pagas), ocorridos em cada exercício fiscal,
por parte da Secretaria Municipal de Saúde de Campos, de 2006 a 2015.
Estes números encontram-se em valores
reais, ou seja, estão atualizados a preços de 2015, pelo IPCA (Índice de Preços
do Consumidor Amplo) do IBGE. O objetivo desta atualização reside em oferecer a
sociedade campista, uma melhor ótica, a respeito dos significativos aportes de
recursos financeiros realizados, principalmente, pela fonte de receita dos
royalties e das participações especiais, pelos gestores públicos municipais.
Percebe-se, todavia, com base nos
dados do gráfico e da tabela acima, que a curva dos expressivos gastos financeiros
mantém-se numa fabulosa trajetória positiva ou crescente, até o ano de 2015,
quando se apura o total dos anos analisados, chega-se então ao valor de quase R$ 2 bilhões de reais,
disponibilizados a este imprescindível segmento social objeto de políticas públicas,
de alta demanda de atendimentos.
A partir do ano de 2009, constata-se
que os valores destinados a saúde foram tendo elevados aumentos , mormente nos anos eleitorais, quando se atingiu R$ 667, 146 milhões no ano de 2012 e o crescimento de 2,95% em relação ao ano de 2011. No ano
eleitoral de 2014, se atingiu o ápice financeiro da série apresentada nesta análise, com o valor de R$ 769, 710 milhões em termos reais. Salienta-se que a variação
percentual de 2009 a 2014, atingiu o percentual de 80,44%, posteriormente, no
ano de 2015, sofreu ligeira queda de 37,65%, quando se chegou ao valor de R$ 479,901
milhões.
De qualquer forma, esse volumoso orçamento da
saúde do município, onde os seus executores, fugazmente incorporaram o discurso da crise financeira
nacional, talvez, como estratégia de sobrevivência ou vergonha por terem tido
tanto dinheiro no cofre da prefeitura e sequer tiveram a capacidade e a
competência de estabelecerem as pertinentes e necessárias políticas públicas na
área da saúde. Podendo com isso reverter a conjuntura de penúria do setor de saúde, tornando-o o melhor ou um dos melhores do Brasil.
Certamente uma postura digna e honrada dos
gestores públicos municipais, teria o condão de evitar o caos em que a saúde sempre
viveu e vive nos dias atuais, fato que constitui, assim, senhores campistas,
médicos e os profissionais da área, em imenso e acintoso, paradoxo. De possuirmos uma saúde
rica e a população, mendigando atendimento hospitalar nas inúmeras unidades do município,
numa demonstração cruel e cínica, do descaso em que as autoridades municipais tratam os nossos munícipes.
Importa dizer ainda neste espaço de
forma insofismável, que a Secretaria Municipal de Saúde de Campos dos
Goytacazes, detentora destes orçamentos anuais milionários, como pode se vislumbrar
em face dos aludidos cifrões, constitui-se, quase uma prefeitura dentro da própria
prefeitura. O pior de tudo isto é assistir agora, uma quebra de braço entre os
hospitais da cidade sorvedouro insaciável de dinheiro público e a “vaca profana
de divinas tetas”, a prefeitura, por mais recursos,utilizando-se, por sua vez, do argumento
que ainda não sofreu nenhuma modificação semântica. Continuam dizendo que os
recursos repassados pela prefeitura, destinarão ao atendimento da população
pobre e deserdada social. Quando havia uma avalanche de dinheiro circulando
pelo sistema de saúde campista, a população pobre vivia nas filas de madrugada
se humilhando para tentar marcar uma consulta e raramente conseguia. E agora sem
dinheiro na praça o quadro se reverterá?
Dentro deste contexto e com base nos
dados pesquisados e retirados do orçamento da Secretaria de Saúde, uma pergunta
não quer calar. Para onde destinaram tanto dinheiro da saúde, tendo em vista
que ela continua ainda a desfrutar dos mesmos problemas que sempre afligiram a
sociedade campista? Será que continuará a imperar o cinismo por parte das autoridades municipais
tentando explicar o inexplicável? Uma coisa pode-se afirmar, os dados da tabela e
do gráfico acima não deixam mentir. Não foi por falta de dinheiro que os
problemas da saúde continuam, pelo contrário, acho que o excesso de dinheiro não
fez bem ao município. Faltaram gestores públicos sérios e éticos. Infelizmente. Como dizia o grande político Leonel
de Moura Brizola, nós temos uma elite carcomida insuportável! Haja dinheiro para alimentar tanta gente em
detrimento da população.
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